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Com lágrimas e sorrisos, chegou a hora de Gringo dar adeus ao Noia

Uma relação que sai do profissional e entra na vida pessoal; foram 37 anos de trabalho no clube hamburguense

Reportagem: Jauri Belmonte

O mundo do futebol é feito de personagens e histórias. São fatores que se misturam. Caso do Arno Norberto Mertins - o Gringo.

Roupeiro do Noia há 37 anos, é difícil falar dele e não se lembrar do Anilado. Figura emblemática e com um constante sorriso no rosto, ele se prepara para a aposentadoria, ou os últimos momentos em sua 'segunda casa', como diz. Aos 65 anos, ele encerra um vínculo de trabalho e amor no próximo fim de semana, após o jogo entre Noia e Glória, pela decisão da Copa FGF. 

"Chegou a hora de descansar. Me dói demais, mas preciso."

Será a última vez em que o profissional sentirá a emoção de um jogo decisivo com o coração de torcedor.

 

O início e o amor

Gringo chegou ao Anilado em 1984, ainda no Estádio Santa Rosa, e substituiu o então roupeiro Edgar. "Inicialmente, cuidei do campo e até na copa trabalhei. Até que o Edgar saiu e eu assumi como roupeiro."

Gringo conheceu cada metro do antigo estádio e se emociona ao relembrar. Foram 25 anos na antiga casa anilada. "Quando saímos do Santa Rosa foi triste demais. Doeu a cada peça que tirávamos. Mas posso dizer que guardei uma parte comigo", referindo-se a um pedaço de uma das goleiras do antigo estádio, que guarda em casa.

O fanatismo de Gringo pelo Noia ultrapassa os limites do vestiário ou das arquibancadas. Foi no Santa Rosa que ele casou com a esposa, Nair Voltz, 53 anos. "Minha esposa também aprendeu a gostar do Novo Hamburgo. Trabalhou aqui por 16 anos, na lavanderia e na cozinha."

As filhas de Gringo, Kelin e Ketlin, herdaram o amor pelo time. "Minhas filhas são apaixonadas pelo Noia, comparecem a todos os jogos. A Ketlin, inclusive, quase nasceu dentro do estádio." Entre as lembranças especiais, Gringo tem uma. "A nossa classificação na Série C (do Campeonato Brasileiro) em 2005, contra o Joinville, foi a minha maior emoção", revela. Entre os momentos tristes, não esquece a dor da queda para o Acesso em 2001.

Incontáveis

A função diária sempre foi mais que organizar uniformes. Foram incontáveis as vezes em que precisou secar e dobrar os materiais de treino e jogo. "É preciso organizar tudo, toalha, calção, meião, até a atadura."

Também foram incontáveis os atletas que passaram por ele. Com saudosismo, relembra. "Trabalhei com Valdo, na década de 80, o Marquinhos (Trocourt), Marcelo Rhoden, Dias, Aládio, Josimar (ex-lateral da seleção). Não tenho um preferido."

Hora de aproveitar

Gringo quer aproveitar a família agora. Lamenta não ter conseguido ver as filhas crescerem. "Não consegui acompanhar a infância delas como gostaria."

Também seguirá acompanhando o Noia. "Acho que não vou vir em todos os jogos, mas quando puder estarei aqui. Finalmente poderei descansar em finais de semana e, se possível, viajar."

"Um ídolo do Noia", diz Preto

Preto, ex-jogador do Noia
Preto, ex-jogador do Noia Foto: Inézio Machado/Arquivo-GES
Colega. Turrão. Coração de manteiga. Assim muitos definem o roupeiro anilado. Mais que um integrante do time que foi campeão do Gauchão em 2017, o ex-jogador Preto, que é natural de Novo Hamburgo, nunca escondeu ser torcedor do Anilado, assim como Gringo.

Hoje, fora das quatro linhas, Preto é auxiliar técnico de Edinho Rosa. Tanto o ex-atleta quanto o roupeiro têm realidades que se entrelaçam na linha do tempo do clube hamburguense.

"Comecei no Noia em 2004, tive várias passagens pelo clube e o Gringo sempre esteve aqui. Ele é uma pessoa ímpar e verdadeira. Além de um excelente profissional e companheiro, tem uma relação de amor e proteção por tudo que é do Novo Hamburgo como poucos. É um dos ídolos da história do Noia", destaca o capitão da conquista do Estadual pelo Noia, que hoje tem 40 anos."

Homenagem

Na quinta-feira (9), o roupeiro recebeu uma homenagem do ex-goleiro do Novo Hamburgo, Matheus Cavichioli. Na vitória do América-MG sobre o São Paulo, 2 a 0, o arqueiro campeão gaúcho em 2017 vestiu uma camisa com o nome 'Gringo'. O time mineiro conseguiu, de forma inédita, a classificação para a Libertadores de 2022.

 

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