Polícia tem dez agentes trabalhando na investigação de execução no Centenário

Para isso, os agentes buscam pistas relacionadas ao homem que seria o verdadeiro alvo dos criminosos, o condenado Alex Junior Abreu Tubiana, 28 anos, que estava internado no hospital desde a noite de quarta-feira, quando foi vítima de um ataque na Vila Brás e acabou matando um dos homens na troca de tiros.

Chefe do setor de investigações da Delegacia de Homicídios, Odilei Betanin explica que uma das hipóteses trabalhadas pela Polícia indica que os ataques a Tubiana podem ter sido ordenados por um homem que estava preso na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da cidade, aguardando uma vaga no sistema prisional. Na manhã de sexta, o suposto mandante foi transferido para o presídio. Na mesma data, Tubiana recusou atendimento no Centenário e saiu da casa de saúde na parte da tarde.

Depoimentos

Agora, a Polícia Civil dará início aos depoimentos, mas a investigação corre em sigilo, para não atrapalhar os resultados. "A investigação está evoluindo bem, mas é sigilosa. Não podemos dar detalhes, porque isso pode comprometer o andamento", destaca Betanin. A Polícia trabalha com cerca de dez nomes que podem estar envolvidos com os ataques a Tubiana, a partir de denúncias anônimas e de pessoas relacionadas a ele.

Outra linha de investigação está baseada na parte técnica. Betanin aguarda o resultado do laudo da perícia feita no local do crime e no carro utilizado pelos criminosos na noite do ataque. O veículo foi roubado em Esteio na noite de quinta-feira e abandonado em São Leopoldo na sexta-feira à tarde. As perícias estão a cargo do Instituto Geral de Perícias (IGP), e não há previsão de conclusão.

Comoção e homenagens no velório

Comoção e homenagens marcaram o último adeus a Gabriel Vilas Boas Minossi, 19 anos, morto por engano no Hospital Centenário. Um grupo de aproximadamente 15 amigos do jovem saíram de Lomba Grande, em Novo Hamburgo, para homenagear o "Gordinho", como era carinhosamente chamado.

Na noite de sexta, eles vestiam a camiseta preta do Grupo Praguedo da Lomba. "Perdemos, infelizmente, pela criminalidade. Nós somos os amigos, somos o Praguedo da Lomba, somos os amigos que se conheceram em bailes e se tornaram uma família", falou o líder do grupo próximo ao caixão, que estava encoberto por uma Bandeira do Rio Grande do Sul. Abraçados, os amigos agradeceram as mensagens de carinho recebidas e o tempo de convivência com o jovem. "Um até breve, porque lá em cima a gente vai se ver", saudou, em manifestação seguida pelos aplausos das centenas de pessoas que estavam no Cemitério Nossa Senhora de Fátima, em Cachoeirinha, a maioria, jovens. O cantor nativista Moises Oliveira e o grupo vozes do Campo prestaram homenagens durante o velório. Pessoas formaram fila para abraçar os pais do jovem. O sepultamento ocorreu sábado, em Cachoeirinha.

*Colaboraram Fábio Radke e João Víctor Torres