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Notícias | Região Trânsito

RS-020 em trecho de Taquara apresenta riscos para motoristas e pedestres

Entre os quilômetros 48 e 67, rodovia apresenta transtornos como más condições de asfalto, carência de sinalização e falta de acostamento

Por Bianca Dilly
Publicado em: 14.12.2020 às 07:00 Última atualização: 14.12.2020 às 09:38

Trânsito de veículos pesados é intenso no local, o que acaba prejudicando as condições do asfalto da rodovia Foto: Inézio Machado/GES
Falhas no asfalto, como buracos, desníveis e ranhuras, ausência de acostamento, más condições de sinalização, imprudência de motoristas, perigo para pedestres, moradores e ciclistas. É extensa a lista de problemas da RS-020, em Taquara, no trecho entre os quilômetros 48 e 67, que vai do entroncamento com a RS-239 até o limite com São Francisco de Paula.

Seja para quem precisa utilizar a via com frequência, ou mesmo quem passa por lá de maneira eventual, somente a passeio, as reclamações são unanimidade. "Está complicadíssimo. A estrada está abandonada. Moro aqui há 17 anos e nesse tempo nunca houve uma recapagem completa", conta a artesã Ana Paula Kellermann, 40 anos.

Em alguns pontos, há sinais de que houve interferência recente no asfalto. "Foi há duas semanas, mais ou menos. Mas parece que só largaram piche e ficou até pior do que estava. Antes disso, não lembro de outra manutenção que tenham feito", relata a dona de casa Juliana Maria de Souza da Silva, 28, sobre o serviço provisório executado após os contatos da reportagem do Jornal NH com os órgãos responsáveis, entre outubro e início de novembro.

Porém, o material danificado na 020, que aparenta se esfarelar, não é o único transtorno. "A estrada tem muitas curvas e o pessoal faz ultrapassagens perigosas", acrescenta Ana Paula. Entre os condutores que realizam essas manobras estão motoristas de carretas carregadas, alguns com toras de madeira. "É bem perigoso, porque os caminhões vêm rápido e muitas vezes vão para a contramão, para não tombar", denuncia Juliana.

A garçonete Fernanda Stropper, 40, trabalha em um restaurante da região e fica responsável por levar funcionários para localidades como Lajeadinho. Além da dificuldade de passar pelo local diariamente, ela explica que os negócios também são prejudicados pelas condições da estrada. "O pessoal chega a desviar pela ERS-115 para fugir desse trecho. Para nós, quanto menos gente passar por aqui, é pior."

Daer diz que não há necessidade de recapeamento

De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), são realizados periodicamente serviços de manutenção na rodovia, "inclusive com revisões semanais e reparos nos pontos necessários", diz, em nota. A autarquia informa que está trabalhando para viabilizar um novo contrato de sinalização para as estradas da região. Segundo o Daer, intervenções mais complexas dependem da disponibilidade de recursos no Tesouro Estadual. "Essa rodovia não necessita de recapeamento, que é um serviço de valor muito alto e não necessário no trecho. A manutenção continuada, a roçada e a limpeza dos bueiros já são suficientes para solucionar os problemas de trafegabilidade", comunica o diretor-geral, Luciano Faustino. Para comunicar problemas em rodovias, o contato da ouvidoria do Daer é o e-mail ouvidoria@daer.rs.gov.br.

Ciclistas e pedestres estão em risco

Se para os veículos já está difícil de passar pela via, os ciclistas e pedestres, que são a parte mais frágil do trânsito, correm risco real ao utilizá-la. "Nossa turma da Associação Igrejinhense de Ciclismo sempre pedala para aqueles lados. A 020 sempre foi uma rodovia importante, por ser acesso para diversos destinos bacanas para pedalar", destaca o agente de exportação Tiago Grin, 34. Só que apesar da beleza do local, ele está aconselhando praticantes do esporte a não rodarem mais pelo espaço. "Infelizmente, a situação é preocupante. Não tem acostamento, nada. O tráfego de carretas é intenso e quando vem um veículo do lado contrário fica muito perigoso. A maioria dos motoristas passa sempre tirando fino, não respeitando o espaço dos ciclistas", afirma. O topógrafo aposentado Tito Alves Medeiros, 87, concorda que o acostamento seria a prioridade.

Concessão em estudo, frisa Estado

A Secretaria dos Transportes do governo estadual informa que os valores para obras rodoviárias são disponibilizados conforme a capacidade do Tesouro Estadual. "O Estado enfrenta uma séria crise financeira, que afeta até mesmo o pagamento da folha do funcionalismo. Em razão disso, são atendidos em um primeiro momento os trechos de estradas em pior situação e com maior circulação de veículos", ressalta, em nota. Segundo a pasta, em setembro houve a liberação de R$ 60 milhões para obras e serviços em rodovias, entre as quais a RS-020.

CRBM admite dificuldades

É na rodovia que também fica o posto do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) de Taquara. Para o responsável, sargento Luciano Werle, os acidentes que ocorrem no local são motivados, sobretudo, pelas curvas acentuadas. "Como há o tráfego pesado de veículos, acabam tombando", avalia, citando que entre janeiro e o final de novembro deste ano houve nove acidentes com lesões corporais do quilômetro 51 ao 76. "Sabemos que é um trecho bastante complicado, que sofre com a carência de sinalização", pontua.

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