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Cotidiano POLÊMICA NOS GAMES

Após denúncias contra o Roblox, a popular plataforma de jogos infantis preocupa pais e educadores

Denúncias de palavrões em bate-papo, de apologia ao nazismo e de disseminação de conteúdos de ódio são alguns dos episódios.

Por Da redação
Publicado em: 02.04.2022 às 03:00 Última atualização: 02.04.2022 às 12:08

 No mundo digital, cultivar bons hábitos e estabelecer limites não são tarefas exatamente fáceis, especialmente com crianças. Impedir que os pequenos sejam abordados por adultos talvez seja o maior desafio para as famílias. Foi nesse cenário que cresceu o Roblox, game que permite à própria audiência desenvolver jogos de variedades infinitas.

Roblox
Roblox Foto: Divulgação

Além de ser um recanto criativo para crianças, ele também parecia livre de conteúdos impróprios para menores. Denúncias recentes, porém, colocaram uma interrogação sobre a segurança da plataforma, trazendo um grau de preocupação a pais e escolas.

Desde 2004, quando foi fundado, o Roblox consolidou-se como um dos principais espaços infantis da Internet – hoje, são 49,5 milhões de usuários ativos por mês. Mas há um detalhe: a plataforma nunca vetou a entrada de pessoas maiores de 18 anos.

O resultado foi óbvio: com o tempo, surgiram denúncias de episódios de palavrões em bate-papo, de sexo virtual, de apologia ao nazismo e de disseminação de conteúdos de ódio.

Em 2018, o jornal El País denunciou um estupro do avatar de uma menina americana de 7 anos. Em dezembro do ano passado, a polícia escocesa emitiu um alerta para pais e responsáveis após uma mãe descobrir que o filho recebia conteúdo pornográfico.

Em fevereiro, a BBC revelou que há salas em que são recriadas cenas de tiroteios em escolas e espaços que simulam episódios de sadomasoquismo.

Questionada já em 2021, a empresa responsável pelo jogo (também chamada Roblox) implementou um novo painel de controle para os pais, mas monitorar todo o conteúdo da plataforma é um desafio – os espaços onde conteúdos impróprios circulam costumam desaparecer após um determinado período. (AE)

Reação

As polêmicas recentes com o Roblox reprisam os temores de pais e familiares já vistos em outros momentos da Internet e dos jogos on-line. “Depois das últimas notícias, tirei o jogo das minhas crianças”, conta Fabiana Maggieri, de 45 anos, mãe de trigêmeos de 7 anos. Os pequenos baixaram o jogo há seis meses e logo se apegaram. Mas a brincadeira acabou: “Meus filhos são muito curiosos e não conseguimos controlar o tempo todo o que eles fazem na plataforma.”

Para Lisaura Gilz Noda, de 43 anos, mãe de dois meninos, de 5 e 8 anos, o caso é sério, e a companhia precisa atuar para impedir esses episódios. “Fiquei muito assustada com essas notícias recentes sobre o Roblox. Quando a gente fala de crianças, a preocupação triplica. É uma falha de segurança muito grande”, diz. A reportagem tentou contato com a empresa, mas não obteve resposta. À BBC, a companhia disse: “Sabemos que há um subconjunto extremamente pequeno de usuários que deliberadamente tentam quebrar as regras.” A companhia acrescentou que usa inteligência artificial e análise humana para detectar os casos o mais rápido possível. (AE)

Limites

Para Marcelo Lopes, cofundador da startup For Education, especializada em digitalização na educação, há dois componentes para evitar que crianças sejam expostas a conteúdo impróprio. Uma parte pertence às empresas de tecnologia, que precisam de melhores instrumentos de controle e moderação. A outra depende de pais e responsáveis, que devem criar limites. “O responsável precisa ficar atento ao tempo de uso da criança”, diz.

Segundo ele, a dica é estabelecer limites diários, inclusive adotando controles parentais nos sistemas operacionais e, por fim, manter o diálogo para entender o que os pequenos fazem quando têm um celular em mãos.

É o que faz Lisaura, que se divide com o marido para checar os afazeres das crianças no mundo digital. “Depois das notícias sobre o Roblox, eu passei a monitorar mais o uso deles da Internet”, conta ela, que espia os apps baixados e vídeos assistidos nas plataformas. “Quando eles estão usando o tablet, eu fico por perto dando uma espiadinha. Estamos mais ligados.” (AE)

 

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