Não bastassem os efeitos negativos e já conhecidos do consumo de alimentos ultraprocessados, um novo estudo sugere que podem também afetar a memória dos idosos. Os dados são de uma pesquisa feita com cobaias, ainda preliminar, realizada pela Universidade de Ohio, EUA.
Para avaliar o impacto desse consumo no cérebro, os pesquisadores alimentaram grupos de animais jovens e idosos com uma dieta normal, e outros com uma rica em carboidratos refinados, como açúcar e gordura.
Depois, os cientistas compararam o desempenho dos grupos em testes de comportamento. Resultado: as cobaias mais velhas que receberam comida ultraprocessada se saíram pior em tarefas que avaliavam a memória e, também, nos níveis de substâncias que apontavam inflamação no cérebro.
"Os efeitos do consumo dos ultraprocessados em relação à obesidade e às doenças cardiovasculares e metabólicas, como diabetes, são bem documentados. Mas ainda não temos tantos estudos sobre prejuízos cognitivos", diz o nutrólogo Diogo Toledo, coordenador do Departamento de Terapia Nutricional do Hospital Israelita Albert Einstein. (Agência Einstein)
No estudo, os autores também constataram que a suplementação com ômega-3 conseguiu atenuar alguns prejuízos causados pela alimentação ruim. "De fato, sabe-se que essa substância [ômega-3] tem ação anti-inflamatória e está relacionada a benefícios cognitivos", diz Toledo. "Mas a suplementação só deve ser feita sob orientação profissional após avaliação de cada caso", alerta.
O nutrólogo explica que a ingestão de cápsulas de ômega-3 isoladamente não basta para compensar os danos de uma dieta ruim. Uma boa alimentação deve ser parte da rotina e alimentos nocivos devem ser exceção.
Ultraprocessados são alimentos que passaram por transformação e receberam aditivos como corantes, conservantes e flavorizantes capazes de mudar cor, textura, sabor e aroma, como pratos prontos, bolachas, embutidos, refrigerantes e outros.
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