Nada de Novo no Front recria a crueldade das trincheiras da Primeira Guerra Mundial

Embora não se possa negar que o grande chamativo de um filme de guerra esteja nas frenéticas cenas de batalhas, o contexto histórico e a demonstração de o quanto pode ser descabido um conflito dessa natureza é o que se mostra mais impactante.

Nada de Novo no Front, nova produção alemã adaptada do clássico romance homônimo de Erich Maria Remarque, de 1929, é bem-sucedida em seus momentos de ação, mas se destaca principalmente por fazer um perturbador recorte das crueldades ocorridas na Primeira Guerra Mundial, que causou a morte de milhares de pessoas entre 1914 e 1918.

A jornada do protagonista, o jovem soldado Paul Baumer, é cruel e sofrida de um modo poucas vezes visto no cinema. No lugar de se tornar um herói na Alemanha, como imaginava quando se alistou voluntariamente, ele se transforma em uma espécie de morto-vivo vagando pelas trincheiras e campos em meio a destroços e a cadáveres.

Com o rosto sujo de barro e com muita fome e sede, não vê somente amigos perderem a vida, mas também acompanha a morte lenta de um inimigo francês. Esse, aliás, assim como Paul, é outra vítima de burocratas que, protegidos em ambientes confortáveis, passam os dias comendo, negociando e manipulando as tropas como se essas fossem seus brinquedos.

Assista ao trailer: