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Cotidiano | Entretenimento Música

Fim de semana com a poesia musical de Vitor Ramil

Show é gratuito domingo em Novo Hamburgo

Por Matheus Chaparini
Publicado em: 19.11.2022 às 03:00

Poemas musicados, canções clássicas que o público costuma pedir e mais algumas músicas que vierem à mente do músico Vitor Ramil farão parte do repertório do show que encerra a programação da 38ª Feira do Livro Regional de Novo Hamburgo.

Vitor Ramil
Vitor Ramil Foto: Giordano Toldo / Divulgação PUCRS

O músico se apresenta em formato voz e violão, no domingo, a partir das 20h30, no palco principal, na Praça do Imigrante. O show é gratuito.

"Eu já musiquei poemas do Fernando Pessoa, do Jorge Luis Borges, eu fiz o Délibáb, um disco inteiro com poemas dele e do João da Cunha Vargas. Vou tocar um pouco desses poetas, porque vou estar no ambiente da feira, e algumas canções minhas que o público gosta de ouvir como Louco de Cara, Estrela Estrela, Joquim e alguma coisa nova."

Aos 60 anos, o pelotense que canta o pampa se lançou no desafio de musicar as poesias da conterrânea Angélica Freitas. O trabalho deu origem ao mais recente lançamento de Ramil, Avenida Angélica, lançado no último 7 de abril, data em que o músico completou seis décadas de vida.

"Avenida Angélica foi um trabalho cheio de riscos. Em primeiro lugar, por eu me lançar a musicar os poemas de uma poeta que tem todo um universo sobre o qual ela escreve que é bem diferente do meu. Isso foi o que me atraiu inicialmente."

O material foi gravado ao vivo no Teatro Sete de Abril, em Pelotas, o 3º mais antigo do país. A gravação ocorreu no teatro em obras, sem público, sem poltronas, no escuro, com muitas faixas gravadas em apenas um take. Avenida Angélica está disponível no canal do artista no Youtube (Satolepmusic).

Revisitando Ramilonga

Também este ano, Vitor Ramil relançou seu mais aclamado disco, Ramilonga - a estética do frio, lançado originalmente em 1997. Foi um momento de revisitar uma espécie de ponto zero de sua carreira. Até então conhecido como compositor mais voltado à MPB e à música pop, se lançou em um trabalho voltado à milonga.

"Quando a gente faz um trabalho, a tendência é ficar sempre olhando os problemas, o que que não foi bem resolvido. Quando retornei ao Ramilonga, foi uma sensação muito boa, porque vi que ele era um disco muito bem feito, com um conjunto de canções muito bom, arranjos muito legais. Me dei conta de que ele foi determinante de tudo que eu fiz a partir dele. E ele está se comunicando bem com os dias de hoje, é um trabalho que pode ficar por muito tempo."

'Não existe opção fora da democracia'

A carreira de Vitor Ramil começou ainda na adolescência, no fim da década de 1970, em meio à ditadura militar, e atravessou diversos momentos políticos e sociais do Brasil, como a redemocratização e as recentes reviravoltas.

Ramil avalia que o País esteja saindo de um momento tenso politicamente e afirma que, mesmo em períodos hostis à arte, os artistas não param.

"Não se para a cultura, a produção artística. As pessoas estão sempre criando. Eu criei muito durante a pandemia, durante esse período político hostil e continuo criando. Claro que em cada momento a produção flui de um jeito."

Posicionamento

No dia do segundo turno das eleições, o músico publicou no seu canal a canção "Satolep Lula Lá Club Band", paródia do clássico Sargent Peppers, dos Beatles. Com um certo alívio otimista, o artista avalia que o País está retornando a uma situação de normalidade democrática.

"Estamos saindo de um governo que não gosta da cultura, nem da ciência, nem da educação. Um governo belicoso. E isso é muito ruim para toda a sociedade brasileira e para os artistas em particular, porque os artistas estavam de certa forma demonizados por uma espécie de hipnose coletiva que houve no País. Eu estou muito otimista em relação aos novos caminhos. Acredito que não existe opção fora da democracia."

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