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Cotidiano | Gente LUTO

Escritora Lya Luft morre aos 83 anos

Autora gaúcha morreu nesta quinta-feira

Publicado em: 30.12.2021 às 12:05 Última atualização: 30.12.2021 às 12:37

Morreu nesta quinta-feira (30), aos 83 anos, a escritora Lya Luft. Nas redes sociais, autoridades se manifestam lamentando a perda da autora gaúcha.

Lya Luft
Lya Luft Foto: Gustavo Roth

A causa da morte ainda não foi confirmada, contudo, Lya teve um melanoma diagnosticado há 7 meses.

Amigo próximo de Lya Luft, o poeta Luiz Coronel teve o livro “Cinco ensaios incontidos” prefaciado pela autora. Coronel destaca a relevância da obra e a postura da escritora diante da vida.

“É uma grande perda. Não é uma mulher que deixa um livro, ela deixa uma obra literária e não são muitas as pessoas que tem uma obra literária respeitada como a da Lya. Teve uma vida inteira consagrada à literatura, mantendo sempre uma postura altiva.”

Além dos livros, Coronel destaca o trabalho de Lya Luft como cronista do cotidiano, abordando temas ligados ao ser humano, sobretudo os mais humildes, e as memórias da infância em Santa Cruz do Sul.

“É um dia em que a cultura gaúcha não veste luto porque a cultura busca a vida. Os artistas têm a permanência. A arte é o que permanece, o resto o tempo leva de roldão.”

No dia 16 de dezembro, Lya Luft foi homenageada como Escritora do Ano de 2021 pela Academia Riograndense de Letras. Ex-prefeito de Santa Cruz do Sul, escritor e membro da Academia, José Alberto Wenzel foi o escolhido para elaborar o discurso.

“Foi a última homenagem que ela recebeu em vida. E ela recebeu com lucidez e alegria. Me senti muito honrado, foi um momento muito feliz.”

Para Wenzel, Lya esteve entre as pessoas mais importantes do Rio Grande do Sul, pela relevância de sua obra literária.

“Eu não tenho dúvida de que a Lya Luft levou o nome do Rio Grande do Sul para o mundo como muito poucas pessoas. Seus livros foram traduzidos para diversas línguas, em diferentes países. Ela tem um legado profundo. Muitas dissertações e teses foram elaboradas em cima das obras dela e tenho certeza que agora ainda mais.”

 

 

Lya Luft e a literatura brasileira

Lya Luft começou sua carreira em 1980, aos 41 anos, com a publicação do romance "As parceiras", seguido por "A asa esquerda do anjo" (1981), "Reunião de família" (1982), "Mulher no palco" (1984), "O quarto fechado" (1984), "Exílio" (1987), "O lado fatal" (1988), "A sentinela" (1994), "O rio do meio" (1996, Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes), "Secreta mirada" (1997), "O ponto cego" (1999), "Histórias do tempo" (2000), "Mar de dentro" (2002), "Perdas & Ganhos" (2003), "Pensar é transgredir" (2004) e, no mesmo ano, "Histórias de Bruxa Boa", sua estreia na literatura infantil, tema que retornaria em 2007 com "A volta da Bruxa Boa". Em 2005, publicou o volume de poemas "Para não dizer adeus" e, em 2006, a reunião de crônicas "Em outras palavras". Em 2008, publicou o livro de contos "Silêncio dos Amantes". Em 2009 voltou à literatura infantil, publicando junto com seu filho, o filósofo Eduardo Luft, "Criança pensa", seguindo a linha de pensamento que busca estimular na infância e adolescência a observação, análise e discernimento. Formada em letras anglo-germânicas e com mestrados em Literatura Brasileira e Linguística Aplicada, Lya foi professora titular de Linguística de 1970 a 1980. Depois disso, dedicou-se unicamente à tradução e à sua literatura. Desde os 20 anos atua como tradutora de alemão e inglês, e já verteu para o português obras de autores consagrados, como Virginia Woolf, Günter Grass, Thomas Mann e Doris Lessing, além de ter recebido o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica em 2001 pela tradução de "Lete: Arte e crítica do esquecimento", de Harald Weinrich. Desde 2004, assina a coluna Ponto de vista, da revista Veja. (com informações da Câmara dos Deputados)

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