Glândula em forma de borboleta localizada na parte da frente do nosso pescoço, a tireoide tem importante função no nosso organismo. "A hipófise - glândula localizada no centro do cérebro - produz o TSH que estimula a tireoide a produzir os seus hormônios (T4 - tiroxina e T3 - triiodotironina) que se deslocarão até os órgãos para regular o nosso metabolismo", explica o endocrinologista de Novo Hamburgo, Mateus Reis.
Uma alteração na função da tireoide, que a faz produzir menos hormônio (hipotireoidismo) ou mais hormônio (hipertireoidismo) traz inúmeros sintomas ao nosso organismo, como dificuldade para dormir, intestino solto, agitação, aceleração de batimentos cardíacos, calor ou suor exagerado, perda de peso no hiper e sonolência excessiva, intestino preso, depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, frio, cansaço, redução da memória, aumento de colesterol, pele seca, queda de cabelo, além de ganho de peso no caso de hipotireoidismo.
Hora de tratar
"O tratamento do hipertireoidismo depende da causa, da idade, da condição física da pessoa e de quão sério é o seu problema, sendo similar em ambos os sexos. Podem ser utilizadas medicações que bloqueiam a produção do hormônio da tireoide, sendo necessário em alguns casos o tratamento com iodo radioativo ou cirurgia. O tratamento do hipotireoidismo é feito com uma medicação que contém o hormônio na forma de comprimido (levotiroxina). É um medicamento industrializado de T4 idêntico ao que a tireoide produz. A levotiroxina é encontrada em nomes de marcas e em versões genéricas", diz.
Reis também faz um alerta sobre o risco de usar indevidamente o hormônio T3 para perder peso. "O uso de hormônio tireoidiano para emagrecer pode induzir a um quadro de hipertireoidismo descontrolado que realmente emagrece, mas em decorrência de perda de massa magra, com diminuição da força muscular. O uso inadequado dos hormônios pode causar arritmias cardíacas, hipertensão, diarreia e outras manifestações, até mesmo fatais", explica o médico. Além de cansaço e desânimo, pacientes que seguiram a prática hoje precisam fazer uso contínuo de T3 e T4 para regular o nível dos hormônios.
A cada 10 casos de disfunção na tireoide, 9 são em mulheres, ainda conforme o Ministério da Saúde. Os tipos de disfunções mais comuns são o hipertireoidismo, quando a tireoide libera hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) em excesso, e o hipotireoidismo, em quantidade insuficiente. Alerta da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia lembra que uma disfunção na tireoide pode ocorrer em qualquer etapa da vida.
O aumento na balança, não mais que 10% do peso corporal, é um dos sinais de alteração na tireoide. Porém, o problema não tem relação direta com a obesidade.
Problemas na tireoide também podem causar sintomas de depressão: normalmente cerca de 30% a 40% de das pessoas com hipotireoidismo apresentam o quadro. Outros sinais são cansaço, diminuição da memória, alteração da menstruação, alteração do sono, pele seca, inchaço, constipação e variação de humor.
O endocrinologista ressalta que a descoberta de um nódulo na tireoide exige atenção, mas nem sempre é preciso retirá-lo. "A maioria dos nódulos de tireoide são benignos. É necessário retirar o nódulo de tireoide quando ele apresenta diagnóstico de malignidade na biópsia. A biópsia é indicada caso este apresente alguma característica indicativa de malignidade na ecografia", detalha, acrescentando que o paciente não fica prejudicado após a retirada se fizer reposição desses hormônios.
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