Brasil vai às urnas neste domingo em eleição polarizada
Pleito promete disputas acirradas também no Estado, onde 8,5 milhões de eleitores devem votar
Uma das eleições mais polarizadas desde a redemocratização brasileira tem seu primeiro ato neste domingo (2). Líderes nas pesquisas de intenção de voto realizadas ao longo do ano, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegam à reta final em um cenário indefinido, que pode ou não se decidir no primeiro turno. Os dois candidatos são os protagonistas de um pleito que acentuou a divisão do País e trouxe ao debate público a disputa entre esquerda e direita como poucas vezes se viu.Agora, caberá aos mais de 156,4 milhões de eleitores que vão às urnas em todo Brasil decidir qual rumo tomar.
No Rio Grande do Sul, o cenário é um pouco diferente, já que os dois favoritos ao segundo turno estiveram aliados durante a gestão estadual. O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL), integrante do governo Jair Bolsonaro, conseguiram, até o momento, fugir da nacionalização da campanha no Estado.
Ipec: No RS, Leite tem 40%, Onxy, 30%, e Pretto, 20% dos votos válidos
Transporte das urnas eletrônicas para locais de votação em Novo Hamburgo é concluído neste sábado
Senador Heinze fica ferido durante carreata com apoiadores em Caxias do Sul
Entretanto, além das disputas à Presidência e ao governo do Estado, o domingo também é o dia em que os eleitores vão escolher a nova configuração do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas. Serão escolhidos os deputados federais e estaduais, além da troca de um senador por Estado. No caso dos senadores, a matemática é simples: aquele que tiver mais votos leva a eleição. Não há segundo turno. Já no caso dos deputados, a conta é diferente.
Entenda o sistema proporcional e o quociente eleitoral
Para conquistar uma vaga na Câmara ou na Assembleia Legislativa, não basta aos candidatos somarem mais votos, já que a distribuição de vagas nas casas legislativas leva em conta a votação dos partidos, e só então elas começam a ser distribuídas aos mais votados de cada legenda. Quanto mais votos o partido ou a Federação Partidária fizer, mais vagas eles têm para distribuir aos seus candidatos.
De acordo com a legislação brasileira, os mandatos legislativos pertencem aos partidos, é por isso que os primeiros números a serem digitados são das legendas. Assim, os partidos conquistam as vagas e as distribuem aos mais bem votados, é em razão desse sistema que um candidato bem votado pode ficar sem lugar caso seu partido não alcance o número de votos suficientes para conquistar uma vaga nas assembleias ou na Câmara Federal. O sistema é o mesmo utilizado para a escolha de vereadores.
Para calcular a vaga a que cada partido tem direito, primeiro se faz o quociente eleitoral, dividindo-se o número de votos válidos apurados pelas vagas a serem ocupadas no Legislativo, seja estadual ou federal. Com esse dado em mão é realizado o cálculo de quociente partidário, que consiste na divisão do quociente eleitoral pelos votos recebidos pelo partido, e assim fica determinado a quantas vagas cada partido tem direito.
Como os mandatos são dos partidos, é possível votar apenas na legenda, porém, os candidatos que não receberem um número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido, não poderão ocupar as vagas e elas serão redistribuídas.
Segurança reforçada no dia da eleição
O acirramento da disputa eleitoral em nível nacional preocupa eleitores, militantes e autoridades. Na sexta-feira, o governo do Estado realizou a última reunião para definir como será o esquema de segurança no dia das eleições. Ficou definido que o efetivo policial em atividade no dia será de 8,8 mil servidores em todo Estado, sendo 7,8 mil brigadianos, 533 policiais civis, 421 bombeiros e 33 servidores do Instituto-Geral de Perícia (IGP).
"Não tenho dúvida alguma que nós teremos, aqui no Rio Grande do Sul, uma eleição segura, tranquila, serena, como é o desejo de todos nós", afirmou o governador Ranolfo Vieira Junior. Somente em Novo Hamburgo serão cerca de 150 brigadianos nas ruas no domingo para garantir a segurança do pleito, conforme o comando.
Apuração e resultados
Neste ano, a apuração será concentrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a previsão do órgão é que às 22 horas os brasileiros saibam o resultado das eleições.
Dúvidas do dia
- Qual o horário da eleição?
Em todo o País, as seções abrem às 8 e fecham às 17 horas (horário de Brasília). Caso às 17 horas tenham eleitores na fila, eles poderão votar.
- Quais documentos preciso levar para votar?
Não é obrigatória a apresentação do título de eleitor desde que se saiba a seção de votação, mas é obrigatória a apresentação de um documento oficial com foto. Além disso, o eleitor pode baixar até este sábado aplicativo do e-Título no smartphone e apresentar este documento no momento da votação. No domingo, o app não estará disponível para download.
- Como consultar o local de votação?
O local de votação pode ser consultado através do aplicativo e-Título e nos sites da Justiça Eleitoral, seja o do TSE ou do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).
- O que pode e o que não pode na votação?
Na urna eletrônica, o eleitor deve estar sozinho e sem acompanhantes, exceto no caso daqueles que necessitem de auxílio. Estes podem ter ajuda de um cuidador, mesmo que o pedido não tenha sido feito anteriormente. Além disso, os eleitores não poderão entrar nas seções eleitorais com armas de fogo. Neste ano, o TSE ampliou as restrições no dia da votação e proíbe o uso de armas em um perímetro de 100 metros dos locais da votação. A medida vale até 24 horas após a votação.
Os eleitores podem usar bonés, camisetas, bótons e/ou bandeiras do seu candidato no dia da eleição, mas a manifestação tem que ser silenciosa.
- E o celular, pode usar?
Não é permitido o uso de celular na cabine de votação, nem mesmo para a cola eleitoral, que deve ser levada em papel. Também é proibido fotografar ou filmar o voto. O celular deverá ser deixado com o mesário antes da votação.
- Como justificar a ausência?
A justificativa eleitoral pode ser feita tanto pelo e-Título quanto pessoalmente no dia da eleição. É preciso preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE). O documento pode ser obtido nos portais do TSE e do TRE ou nos locais de votação ou de justificativa. Quem justificar pela Internet ou pelo e-Título não precisa anexar documentos que comprovem o motivo da ausência quando a justificativa for apresentada no dia da eleição.
O acesso ao aplicativo e-Título está disponível somente para quem está com o título eleitoral regular ou suspenso.