Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite vão ao segundo turno na disputa pelo governo do RS

O segundo turno no Rio Grande do Sul será disputado por Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB). Vice-líder nas principais pesquisas, o ex-ministro de Jair Bolsonaro surpreendeu neste domingo (2) e liderou a disputa no primeiro turno, conquistando 37,5% dos votos. A corrida pela segunda vaga foi apertada, com diferença de 2.491 votos entre o ex-governador, que busca a reeleição, e o deputado estadual Edegar Pretto (PT). (Veja o detalhamento abaixo).

Primeiro nome confirmado, Onyx tomou a dianteira e concedeu entrevista coletiva a jornalistas. Ele se pronunciou no início da noite, em Porto Alegre. "Superamos a fase de classificação. Agora, vamos para as finais", declarou o candidato, fazendo uma analogia com o futebol. "Não estamos olhando para os lados, não importa quem vamos enfrentar no segundo turno", acrescentou, minutos antes de conhecer o adversário.

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Leite viajou cedo para Pelotas, sua cidade natal e domicílio eleitoral. Em razão do acirramento da disputa, que acabou por estender o tempo de apuração dos votos, decidiu permanecer na cidade e adiar para a manhã desta segunda-feira (3) a entrevista coletiva, que ocorrerá na capital.

O candidato mais votado totalizou 2,3 milhões de votos, o que representa 37,5% do total; enquanto o ex-governador gaúcho teve 1,7 milhões, ou 26,81% do total. Os dois disputam o segundo turno no dia 30 de outubro.

Durante toda a campanha, Eduardo Leite buscou se desvincular da disputa nacional. Na contramão, Pretto e Onyx 'colaram' nos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Além de nacionalizarem o debate, os dois oponentes do tucano focaram toda a campanha em desgastar a imagem do ex-governador. De um lado, Onyx apostou nas críticas voltadas à gestão da pandemia. De outro, Pretto buscou falar sobre a fome no RS e a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Restinga decide

Bairro mais populoso de Porto Alegre, a Restinga foi a última região a ter os votos computados no Estado. Um problema no transporte dos votos locais deixou a tensão no ar até o fim, já que o bairro, no extremo sul da capital, concentra 70 mil eleitores. Somente no fim da apuração, foi possível saber quem iria adiante na corrida ao Piratini.

Pretto exalta a esquerda e deixa apoio de lado

Logo após o fim da apuração, Pretto fez um pronunciamento à imprensa no comitê do PT em Porto Alegre. Terceiro mais votado, ele não indicou se apoiará algum candidato no segundo turno e optou por exaltar a recuperação do campo de esquerda na eleição. "Demos uma grande lição democrática nesta eleição. Demonstramos mais uma vez a força que a esquerda tem", frisou. "Se um dia teve o antipetismo ou antiesquerda, isso agora é página virada."

O petista declarou ainda que, a partir desta segunda-feira, pretende estabelecer uma 'conversa franca' com partidos que não estiveram coligados com o PT no primeiro turno, como PDT e PSB.

Resultado

• Onyx Lorenzoni (PL) - 37,50% | 2.381.989

• Eduardo Leite (PSDB) - 26,81% | 1.702.761

• Edegar Pretto (PT) - 26,77% | 1.700.270

• Luis Carlos Heinze (PP) - 4,27% | 271.519

• Roberto Argenta (PSC) - 2,00% | 126.899

• Vieira da Cunha (PDT) - 1,60% | 101.609

• Ricardo Jobim (Novo) - 0,61% | 38.887

• Vicente Bogo (PSB) - 0,27% | 17.221

• Rejane de Oliveira (PSTU) - 0,10% | 6.252

• Carlos Messalla (PCB) - 0,06% | 4.003
  

*Colaborou: Juliano Piasentin