Leite evita tomar posição nacional, mas busca votos de petistas no segundo turno
Ex-governador concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira e se esquivou ao ser questionado sobre a disputa para a Presidência
Líder nas principais pesquisas eleitorais, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) não só perdeu em número de votos para Onyx Lorenzoni (PL) como passou sufoco para conquistar vaga no segundo turno. A diferença para o terceiro colocado, Edegar Pretto (PT), foi mínima, de 2,4 mil votos.
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"Temos uma circunstância de uma polarização absolutamente personalizada. Vimos isso acontecendo nas eleições para o Senado da República, nas eleições proporcionais e nas majoritárias em níveis estaduais", afirmou o tucano, referindo-se aos candidatos dos partidos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Questionado sobre o pleito nacional, o candidato evitou adiantar qualquer apoio no segundo turno. Garantiu que irá se posicionar, mas somente após discussões internas do partido. "Assim como lidero, respeito o grupo que é formado aqui por gente que tem capital político próprio", afirmou, sem poupar críticas aos presidenciáveis. "Nenhum deles [Lula e Bolsonaro] me parece a saída para o País que eu quero construir."
Apoios para o segundo turno
Com a derrota de Pretto, a missão de Leite passa a ser conquistar o eleitor petista. O candidato garantiu que não fechará as portas para diálogo com o PT, mas sugeriu que a transferência dos votos de Pretto para sua campanha não exigirá tanto esforço. "Naturalmente, parecem [os eleitores de Pretto] ser mais resistentes ao candidato que ficou em primeiro lugar", avaliou.
Quanto à relação com os adversários, Leite reconheceu a discrepância dos projetos, mas negou qualquer rivalidade que extrapole a disputa política. "Temos muitas diferenças de programa de governo, mas sempre dialogamos, nunca tratamos, em qualquer contexto, adversários políticos – e isso inclui o Partido dos Trabalhadores – como inimigos a serem exterminados."
Durante esta semana, a campanha do ex-governador deve buscar o apoio de outros candidatos derrotados, o que inclui o Partido Progressista, que compôs o governo tucano, mas, nacionalmente, se alinha a Bolsonaro. Essa dualidade foi reconhecida por Leite dentro da própria coligação. "Tem gente do nosso lado que estará votando no Bolsonaro, e gente votando no Lula."