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Eleições ELEIÇÕES 2022

Expectativa é que Leite anuncie nesta sexta sua posição sobre disputa presidencial

Ex-governador tem dito que não precisa ser medido 'pela régua da polarização nacional'

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 06.10.2022 às 18:35 Última atualização: 06.10.2022 às 19:13

Lideranças do PSDB no Rio Grande do Sul esperam que o ex-governador e candidato à reeleição Eduardo Leite anuncie nesta sexta-feira (7), em entrevista coletiva marcada para as 9 horas, em Porto Alegre, sua posição sobre a disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Desde o início da campanha, em agosto, Leite tem se mantido distante da disputa nacional, até mesmo como estratégia para não afugentar votos de um dos lados da polarização.

Eduardo Leite dá entrevista após votar em Pelotas no primeiro turno da eleição
Eduardo Leite dá entrevista após votar em Pelotas no primeiro turno da eleição Foto: ITALO SANTOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Desde a noite de domingo, no entanto, Leite vem sendo cada vez mais cobrado por um posicionamento, algo que ele tem evitado. O tucano foi para o segundo turno com uma diferença de apenas 2,4 mil votos para o terceiro colocado, o candidato petista Edegar Pretto.

Em entrevistas na capital na manhã desta quinta-feira (6), Eduardo Leite disse que "não preciso ser medido pela régua da polarização nacional". "Votos a gente não guarda em uma caixinha, então cada candidato não precisa apenas dos votos dos outros, mas também precisa dos seus. Ninguém tem votos. Teve", argumentou. No início da semana, quando percorreu gabinetes na Assembleia Legislativa, chegou a declarar que não buscaria apoio do PT.

Na coordenação da campanha de Leite o entendimento é que ele se declarar apoio a Bolsonaro (que é do mesmo partido de Onyx Lorenzoni) vai perder eventual apoio do eleitorado de esquerda, que tenta eleger Lula e tirar o bolsonarismo do poder. Já se declarar apoio a Lula, perderia apoio importante de eleitores de Bolsonaro que, no Estado, optaram pela candidatura tucana ao invés de Onyx Lorenzoni.

Nacionalmente os tucanos estão divididos. Lideranças históricas do partido como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) declararam apoio a Lula. Por outro lado, nomes mais jovens se posicionam pró-Bolsonaro. É o caso do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e do presidente licenciado do PSDB gaúcho, Lucas Redecker, que no domingo conquistou mais quatro anos de mandato na Câmara Federal.

Em entrevista ao programa NH10, Redecker voltou a afirmar nesta quinta-feira que, na disputa presidencial, seu apoio vai para Jair Bolsonaro. No Estado ele defende a reeleição de Leite. Foi o deputado e presidente licenciado do PSDB gaúcho quem disse que nesta sexta-feira deve sair um posicionamento de Eduardo Leite.

“O governador vai se posicionar possivelmente amanhã (sexta). O PSDB, sem dúvida nenhuma, vai fazer o mesmo caminho do governador Eduardo Leite, respeitando a independência dos seus filiados”, afirmou Redecker. Questionado sobre como atrair os votos de Edegar Pretto, o deputado reeleito minimizou a indiferença tucana em relação a Lula.

“O eleitor do Pretto não tem que avaliar a posição do Lucas Redecker, mas quem é melhor para gerir o Estado. A grande vantagem que vejo na migração de voto do Edegar Pretto para o Eduardo é que, quem é de esquerda, vai votar no Lula. Então vai comparecer.” Nesta quinta-feira o ex-governador Tarso Genro defendeu que os petistas devem votar em Eduardo Leite no Estado. Já o PT gaúcho soltou nota sugerindo que, para isso, Leite deveria declarar apoio a Lula.

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