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Eleições TUDO EM CASA

Eleição mostra que sobrenome pode ser um baita cabo eleitoral

No Congresso, ao menos 27 parlamentares eleitos têm parentesco. No Estado, histórico familiar ajuda

Por Redação
Publicado em: 16.10.2022 às 15:12

Laços familiares unem pelo menos 27 parlamentares eleitos neste ano para o Congresso. Da esquerda ao Centrão, há políticos da mesma família que chegarão ao Legislativo por diversos partidos. Os eleitores escolheram casais, irmãos e pais e filhos para vagas na Câmara e no Senado. Entre eles está o casal Sérgio Moro (União Brasil), futuro senador pelo Paraná, e Rosângela Moro (União Brasil), que vai ocupar uma cadeira na Câmara por São Paulo.

Eleição mostra que sobrenome pode ser um baita cabo eleitoral
Eleição mostra que sobrenome pode ser um baita cabo eleitoral Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Moro afirmou que ele e Rosângela trabalharão em parceria no Congresso. "Temos pautas comuns, mas também pautas específicas. Ela deve focar em pautas sociais. Eu, em pautas econômicas. Ambas anticorrupção e segurança pública", disse o ex-juiz da Lava Jato à Agência Estado. Nas redes sociais, tanto Moro quanto Rosângela pregam a criação de uma "bancada da Lava Jato" no Congresso. Além dos dois, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que coordenou a força-tarefa da operação em Curitiba, foi eleito deputado federal.

Detinha (PL-MA) e Josimar Maranhãozinho (PL-MA) serão outro par no Congresso. Os dois foram eleitos para a Câmara. Maranhãozinho ganhou o segundo mandato. Alvo da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos, o parlamentar sempre negou irregularidades.

Família Calheiros

Existem, ainda, casos em que pai e filho serão colegas. O Senado terá dois "Renans". Renan Calheiros (MDB-AL), eleito em 2018 para um mandato de oito anos na Casa, terá a companhia do ex-governador de Alagoas Renan Filho (MDB-AL). "Cada um guardará a sua individualidade. Nunca esqueça que filho é uma geração certamente melhorada", afirma Renan. Outro Calheiros no Congresso é Renildo, deputado federal pelo PCdoB de Pernambuco, que foi reeleito neste ano. Renildo é irmão de Renan pai.

Câmara dos Deputados

No Salão Verde da Câmara também será possível encontrar uma dobradinha doméstica. O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu da Fonte, obteve novo mandato e conseguiu eleger seu filho Lula da Fonte (PP-PE), de 21 anos. Os dois fizeram campanha juntos em Pernambuco, mas o pai disse que Lula da Fonte terá um mandato autônomo. "Ele tem vida própria na política. Foi presidente do PP jovem e do PP do Recife e hoje é vice-presidente do partido (em Pernambuco). Sempre participou das minhas campanhas e agora tem vida própria na política. Tem as bandeiras dele, como a causa animal e a segurança alimentar", destacou Dudu da Fonte.

Os irmãos petistas Jilmar e Nilto Tatto também serão colegas de Câmara. Nilto já era deputado federal e foi reeleito. Secretário de Comunicação do PT, Jilmar estava sem mandato e retornará à Casa a partir de 2023. "Vou trabalhar para criar o Sistema Único de Mobilidade, assim como tem o Sistema Único de Saúde. A pauta do Nilto é diferente: são temas da agenda ambiental, dos povos originários, dos quilombolas e agricultura familiar", declarou Jilmar, ex-secretário de Transportes em São Paulo.

O petista disse que atuará como articulador político dentro do Congresso. "O meu perfil é mais pró-mobilidade, mais de articulação política. Até pelo fato de eu ser da direção nacional do PT, (o foco) é mais a relação com os partidos", disse.

*por Agência Estadão

No RS, dobradinhas para AL e Câmara

Se a linha ideológica hoje divide, algo aproxima muitos políticos gaúchos. Assim como acontece Brasil afora, no Rio Grande do Sul o sobrenome também ajuda candidato a se eleger. Na Assembleia Legislativa, não existe nenhuma relação de parentesco entre os 55 eleitos para a próxima legislatura (de 2023 a 2027). No entanto, ao menos 13 deputados estaduais eleitos no último dia 2 de outubro têm relação familiar com políticos que já haviam sido eleitos para diferentes cargos ou que se elegeram para a Câmara dos Deputados no mesmo pleito.Relações familiares no RS Há filhos e irmãos de ex-deputados, ex-prefeitos e ex-vereadores, filha de ex-governador, esposa de ex-prefeito e irmã de prefeito. Na Câmara dos Deputados, ao menos quatro dos 31 parlamentares eleitos pelo Rio Grande do Sul têm sobrenome reconhecido no meio político pelo que familiares fizeram. Muitas destas relações renderam dobradinhas na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.

Da família Bayer, vinculada à Igreja Internacional da Graça de Deus, as cunhadas Eliana (Republicanos) e Franciane (Republicanos) - atual deputada estadual - garantiram vagas para a Assembleia e Congresso, respectivamente. Irmã de Franciane e cunhada de Eliana, a atual deputada federal Liziane Bayer é primeira suplente do senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos).

Da região Noroeste, Silvana Covatti (PP), que no começo da trajetória política fez dobradinha com o marido, Vilson Covatti, se elegeu para o quinto mandato como deputada estadual. O filho, Covatti Filho (PP), vai para o terceiro mandato como deputado federal. Ambos chegaram a assumir a Secretariada Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural no atual governo estadual.

Do Vale do Rio Pardo, a família Moraes também manteve a tradição de dobradinha. Catapultada na política pelo ex-marido Sérgio Moraes (ex-prefeito de Santa Cruz do Sul e ex-deputado federal), a leopoldense Kelly Moraes (PL) conquistou seu terceiro mandato na Assembleia, com o enteado Marcelo Moraes (PL) sendo reeleito na Câmara.

*por Ermilo Drews

Idas e vindas

O missionário R. R. Soares emplacou dois filhos como deputados federais, embora ele mesmo não tenha disputado nenhum cargo. David Soares (União-SP) e Marcos Soares (União-RJ) conquistaram cadeiras na Câmara. Para algumas famílias, no entanto, a disputa de 2022 significou distanciamento. A deputada Angela Amin (PP-SC) não foi reeleita e estará fora do Congresso, que ainda terá seu marido, o senador Esperidião Amin (PP-SC). Eleito em 2018, ele tem mais quatro anos de mandato. Caso parecido é o de Kátia Abreu (PP-TO), que não teve o mandato renovado. Ela não será mais colega do filho, o senador Irajá Abreu (PSD-TO), que foi eleito em 2018.

*por Agência Estadão

Delegado hamburguense seguiu o irmão

De Novo Hamburgo, o delegado Rodrigo Zucco (Republicanos), candidato a prefeito em 2020, se elegeu deputado estadual, tendo o irmão, Tenente-coronel Zucco (Republicanos) - nascido no Alegrete -, como o candidato mais votado no Estado para a Câmara dos Deputados, com mais de 259 mil votos. O Tenente-coronel Zucco já havia sido o mais votado na eleição de 2018 para a Assembleia Legislativa.

Além destas dobradinhas, Rodrigo Lorenzoni (PL) aguarda o desfecho do segundo turno para ver se o pai, o deputado federal e ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), será eleito governador do Estado.

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