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Eleições ENTREVISTA

Leite comenta sobre transição, prioridades e relação com partidos: 'Vamos reforçar o diálogo'

Nesta terça-feira, governador reeleito no Rio Grande do Sul participa de reunião de transição de governo com Ranolfo Vieira Júnior

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 01.11.2022 às 12:00

O governador reeleito Eduardo Leite (PSDB), que volta a assumir o Palácio Piratini a partir de 2023, se encontra nesta terça-feira (1º) com o atual governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), para a primeira reunião de transição do governo. Inicialmente, a reunião estava prevista para segunda-feira (31), mas teve de ser adiada devido à incompatibilidade de agendas – Leite passou o dia em uma maratona de entrevistas para diversos veículos de comunicação.

Leite realiza primeira reunião de transição de governo nesta terça-feira
Leite realiza primeira reunião de transição de governo nesta terça-feira Foto: Mauricio Tonetto/Divulgação
Vice de Leite na eleição de 2018, Ranolfo assumiu o comando do Estado em março, após a renúncia do governador que, naquele momento, ainda almejava uma disputa nacional, mas acabou optando por buscar a reeleição.


O tucano compôs, então, uma nova chapa, tendo Gabriel Souza (MDB) como seu vice, e terminou sendo eleito no último domingo (30), com 3.687.126 de votos (57,12%), enquanto seu adversário, Onyx Lorenzoni (PL), recebeu 2.767.786 (42,88%). A vitória de Leite veio depois de uma disputa de segundo turno marcada por troca de acusações e debates quentes.

Em entrevista ao Grupo Sinos, o governador reeleito afirmou que, em seu novo mandato, pretende priorizar a educação e manter uma conversa mais próxima com o PT no tema das políticas sociais.

Confira alguns pontos a seguir:

Educação será prioridade

Leite diz que terá como principal plataforma o investimento em educação. Sua principal meta para o setor é ampliar as escolas de tempo integral, embora reconheça que, para isso, será necessário forte investimento estatal.

"Temos o propósito de aumentar em 50% as escolas de ensino médio com tempo integral. O que significa chegarmos a mais de 500 escolas de ensino em tempo integral. Para isso, é fundamental termos estrutura adequada, com escolas bem estruturadas, com refeitório, quadras esportivas e tudo mais, e para que isso aconteça a gente precisa ter uma estrutura de governo que consiga dar resposta mais rápida do que o governo tem se revelado capaz de fazer."

Transição e novo governo

Ainda que esteja reassumindo, a partir de janeiro, um posto cedido a seu anterior vice, o governador reeleito explica que a transição é necessária para que o Estado não passe a ter dois governadores atuando simultaneamente. 

"Claro que a gente tem total sintonia e tenho certeza que será muito fácil e tranquilo, mas há um protocolo e um rito a ser obedecido. O governador é o Ranolfo até o final deste ano e não há que se falar em governo paralelo. Tem um governador tocando dia a dia, e eu, como eleito, tendo a oportunidade de receber as informações, todos os conteúdos, os números, os dados do governo para planejar o futuro. É isso que a gente vai organizar, de que forma que faremos, quais equipes estarão à disposição, respeitando o espaço e a titularidade do Ranolfo."

Ranolfo assumiu o governo neste ano, mas, em razão disso, ficou sem mandato. Por isso, uma vaga na próxima gestão de Leite não é descartada. "Vamos conversar nessa direção. Se ele tiver disposição e a disponibilidade, será alguém que pode contribuir muito com o futuro governo."

Respeito à democracia

Leite ainda avaliou os protestos que bloquearam estradas federais e estaduais e elogiou a gestão da crise por parte do atual governo do Estado, mas se mostrou preocupado com o tema da democracia no País.

"Confio na condução feita pelo governador Ranolfo para defender a democracia que viveu o seu momento mais importante no exercício do voto. E é isso que precisa ser respeitado. A população fez a sua escolha, manifestou-se nas urnas. Democracia é o regime em que se ganha e se perde eleição. E quem perde sabe que tem eleição daqui a quatro anos para novamente tentar buscar o voto, para exercer o poder, e vai ter a oportunidade de contestar o governo eleito nos espaços próprios para isso, dentro do que uma democracia proporciona."

Costura política baseada no diálogo

O processo eleitoral deixou rachas que precisarão ser administrados na próxima gestão, como os casos do MDB e do PP. No primeiro caso, mesmo tendo o vice na chapa, emedebistas apoiaram o oponente de Leite. Para o governador reeleito, contudo, isso não representa uma ruptura. "O MDB está na nossa chapa, então, está integralmente conosco, desde a candidatura."

Já no caso do PP, o partido compôs o governo, mas lançou candidatura própria no primeiro turno e apoiou Onyx no segundo. Leite acredita que isso não será entrave para a reaproximação das legendas. "Os progressistas estiveram conosco ao longo dos últimos três anos e meio, o que é muito maior que o segundo turno. O que nos aproxima é muito maior do que o que nos afasta, e tenho certeza vamos ter condição de construir uma relação política muito positiva."

O que mais pode mudar nos próximos anos é a relação do governo com a esquerda, já que Leite contou com apoio incomum do PT no segundo turno. "O PT foi dura oposição e tenho a impressão de que se manterá assim. Vamos reforçar o diálogo, respeitando ações políticas para a população para qual nós trabalhamos e podendo construir políticas públicas nas áreas que mais sensibilizam o PT", pondera.

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