O início do mês de julho também representa aos clubes da elite do futebol paulista o começo de uma nova fase. A partir desta quarta-feira (1), os times participantes da Série A1 do Estadual estão liberados para realizar treinos. É um passo importante para a retomada da competição, ainda que cheio de restrições e, na visão de algumas equipes, com atraso, especialmente porque Estados como Minas Gerais e o Rio de Janeiro estão bem mais avançados na volta das atividades.
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Nessa volta, porém, será tudo bem diferente do que era feito até março. Exceto para os atletas no momento em que estiverem em campo, o uso de máscaras será obrigatório. Além disso, a presença de profissionais será mínima, o que exclui, por exemplo, a participação da imprensa no acompanhamento dos trabalhos.
Os treinos, inicialmente, serão individuais e físicos, com quatro atletas em campo dividido. Gradativamente e com segurança, serão retomados os trabalhos coletivos. E as atividades vão ser sempre em locais abertos nesta fase de retomada.
A entrada nos centros de treinamento também se dará por uma única via, com os atletas chegando uniformizados e passando por avaliação da temperatura e sendo questionados sobre os sintomas do coronavírus antes de irem a campo. E os suspeitos terão de fazer exames e deverão ser afastados. Havia, também, uma orientação para que pessoas com mais de 60 anos evitassem a presença nos CTs, mas os veteranos Jesualdo Ferreira (74 anos) e Vanderlei Luxemburgo (68) devem comandar as atividades em Santos e Palmeiras, respectivamente.
A volta, no entanto, é mais formal do que realidade. Como a marcação da data irritou os participantes do Paulistão e a FPF, que esperavam pelo restabelecimento das atividades antes - há duas semanas, em 17 de junho, o governador João Doria definiu 1º de julho como a data para a volta aos treinos - se buscou acelerar o processo de avaliação física e testagem dos atletas.
Assim, nos últimos dias, os clubes receberam os jogadores após mais de três meses de paralisação para a realização de exames, tanto para a detecção do novo coronavírus como para detectar o estágio físico dos atletas após mais de três meses de praticamente total inatividade.
Ainda não há uma data definida para a volta do Paulistão, mas os clubes já pensam nessa possibilidade. O Mirassol, por exemplo, optou por iniciar um regime de concentração do seu elenco nesta terça-feira, que só se encerrará ao fim da participação do time no Estadual. "Será como em uma pré-temporada, com todos no CT, que reúne todas as condições", explicou Edson Ermenegildo, presidente do clube, ao Estadão, que prevê a volta da competição ainda para julho.
Essa possibilidade se tornou impossível para o Santo André, pois foi montado um hospital de campanha na estrutura do estádio Bruno José Daniel. O time, dono da melhor campanha do Paulistão, optou por se concentrar na cidade de Vargem, próxima a Bragança Paulista.
A volta também se dá unificada, mas não sem alguma polêmica, afinal, Red Bull Bragantino, Ferroviária e Oeste, como mostrou matéria do Estadão, quebraram o acordo e chegaram, ainda que sem alarde e divulgação, a realizar trabalhos antes do combinado.
O Paulistão foi paralisado a duas rodadas do fim da primeira fase. Caso essa etapa tivesse sido encerrada naquele momento, estariam classificados ao mata-mata Santos, Oeste, Santo André, Palmeiras, São Paulo, Mirassol, Bragantino e Guarani. O Corinthians ocupa apenas a terceira colocação do Grupo D, com 11 pontos e a cinco do clube de Campinas, o segundo colocado.