Jogador do Noia faz acordo com o Ministério Público e não vira réu por fraude
Presidente do Esporte Clube Novo Hamburgo se diz aliviado e cobra punição do atleta
A Justiça de Goiás acatou a denúncia do Ministério Público contra os 16 investigados na operação Penalidade Máxima 2, que investiga manipulação de jogos de futebol no Brasileirão de 2022 e 2023, além de Estaduais da atual temporada.
Ao todo, sete atletas são acusados, além de nove apostadores. Todos são réus. O jogador Nikolas Santos de Faria, do Esporte Clube Novo Hamburgo (ECNH), foi citado no documento de 113 páginas do MP, mas por admitir o crime e fazer acordo para colaborar com as investigações, o atleta não foi denunciado e vai atuar como testemunha no processo.
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Alívio
O presidente do Novo Hamburgo, Jerônimo Freitas, comentou o caso. "Nós, como clube, acabamos nos sentindo, em parte, aliviados com os nomes e culpados divulgados, mas indignados por um ato de extrema irresponsabilidade de um jogador que poderia ter custado a não permanência do Esporte Clube Novo Hamburgo na Séria A do Estadual", iniciou.
"Por sorte, nosso goleiro, que vivia um grande momento, pegou o pênalti. O clube espera que o atleta seja punido e responsabilizado, pois o tamanho do estrago e prejuízo que poderia ter acontecido se sofremos o gol é incalculável", concluiu. O clube informou que Nikolas não integra mais o elenco anilado.
Kevin Lomónaco (Bragantino), Moraes (ex-Juventude e hoje no Atlético-GO), e Jarro Pedroso (Inter-SM), também fizeram acordo e não foram denunciados.
Pessoas denunciadas
Os nove apostadores e integrantes da organização criminosa denunciados são: Bruno Lopez de Moura (vulgo BL), Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro (vulgo LF), Victor Yamasaki Fernandes (vulgo Vitinho), Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos (vulgo Romarinho), William de Oliveira Souza (vulgo Mclaren), e Pedro Gama dos Santos Júnior. Os sete atletas: Eduardo Gabriel dos Santos Bauermann (Santos), Gabriel Ferreira Neris (vulgo Gabriel Tota) (Ypiranga), Victor Ramos Ferreira (Chapecoense), Igor Aquino da Silva (vulgo Igor Cariús) (Sport), Jonathan Doin (vulgo Paulo Miranda) (Náutico), Fernando José da Cunha Neto (São Bernardo) e Matheus Phillipe Coutinho Gomes (Sergipe).
CBF não vai paralisar Brasileirão por esquema de apostas e pede ajuda da Polícia Federal
Não está nos planos da CBF paralisar o Brasileirão em virtude do esquema de apostas no futebol nacional. A CBF afirmou que "não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa" e que "defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente".
A CBF disse ser também vítima "destes possíveis atos criminosos" e informou não ter sido oficialmente informada pelo MP de Goiás sobre os fatos relacionados à investigação. "A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar".
PF também participará da investigação
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, ontem, que determinou que a Polícia Federal (PF) instaure inquérito para investigar indícios de manipulação de resultados em competições esportivas.
"Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje (ontem) que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis", publicou o ministro da Justiça em uma rede social. (ABr)