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Estratégias para fomentar as exportações de calçados

Tópico foi abordado na segunda edição da live do Conexão Exporta Brasil

Por Michel Pozzebon/ Redação Jornal Exclusivo
Publicado em: 10.12.2020 às 10:00

Conexão Exporta Brasil Foto: Michel Pozzebon/GES-Especial
Alternativas e estratégias para aumentar e melhorar a performance das exportações de calçados do Brasil. Estes foram alguns dos tópicos abordados ontem, na segunda edição da live do Conexão Exporta Brasil, projeto do Grupo Sinos, por meio dos jornais Exclusivo e NH, que busca fortalecer a cadeia coureiro-calçadista brasileira no mercado internacional. A live contou com a participação do diretor da Sunset Shoes, João Fernando Hartz e do CEO do Top Shoes Brasil Group, Gustavo Dal Pizzol. A mediação foi da editora-chefe do Jornal Exclusivo, Luana Rodrigues.

A perda da competitividade do calçado brasileiro no mercado internacional foi inicialmente abordada por João Fernando Hartz. O agente de exportação salienta que o grande fator da mudança do volume da comercialização externa se deve, principalmente, pelo preço. "Na década de 1990 e começo dos anos 2000, o sapato brasileiro de couro estava numa faixa de preço de US$ 10 a US$ 20. Esse negócio hoje é praticamente inviável de se fazer no Brasil. Do começo dos anos 2000 até agora, tivemos uma inflação muito maior do que uma variação cambial, o que fez com que o nosso sapato ficasse caro.", comenta. Neste sentido, o agente exportador salienta que o importador busca no mercado global fazer a manutenção de preços dos seus fornecedores. "O importador, seja ele americano ou europeu, como ele não tem inflação, ele busca fazer a manutenção de preços ou seja, a busca de novos fornecimentos."

"Olhar pelo para-brisa e não pelo retrovisor"

Hartz sustenta que a conquista de novos mercados para o calçado brasileiro não passa pela preço. "No preço, a gente não vai ganhar mercado. A gente não pode ser romântico e querer se colocar na grande exportação que a gente já teve, porque ela era de preço. Infelizmente, o preço a gente não vai resolver. Precisamos se posicionar. Para se posicionar o mais importante é investir em tecnologia e a exportação não pode ser um projeto cambial", analisa o especialista, acrescentando que muitas empresas ainda tem uma visão romântica da fase áurea das exportações brasileiras de calçados. "O grande erro que se faz é olhar o passado pelo retrovisor. Aquilo passou. Mas existe o para-brisa, para olhar para a frente. As empresas que estão exportando e que seguem crescendo nas exportações, elas não olham o retrovisor. O plano futuro está no para-brisa", afirma o diretor da Sunset Shoes.

Incentivos governamentais

A falta de incentivos governamentais para as empresas brasileiras exportarem foi destacada por Gustavo Dal Pizzol. "Nos tempos áureos do calçado no Brasil existia um grande fomento para a produção e exportação de calçados. Vejo que muitas empresas e o governo acabaram esquecendo de dar atenção à exportação. E o apoio governamental é fundamental para a viabilização dos negócios", sustenta o CEO do Top Shoes Brasil Group.

Custos da mão de obra

Dal Pizzol comentou sobre os impactos do aumento dos custos de mão de obra e de matéria-prima no calçado brasileiro. "Estes custos vêm crescendo ao longo dos últimos anos. Mas, é preciso observar que estes custos também estão acontecendo na Ásia. Nos dois últimos anos aumentou em 20% o preço do produto feito no continente asiático. Por regra, países mais pobres tendem a ampliar ou iniciar processos de produção calçadista. E, em se tratando de Brasil, acredito que a tecnologia é um caminho que podemos explorar para voltarmos a ser competitivos."

"O desafio está em nós mesmos"

Na visão do CEO do Top Shoes Brasil Group, o caminho para ampliar e melhorar a performance das exportações de calçados no País está em aproveitar as potencialidades da indústria brasileira. "O desafio está em nós mesmos e não em olhar para o que os outros estão fazendo. O Brasil tem muita capacidade. Nós temos conhecimento, temos capacidade intelectual, temos matéria-prima, temos bons fornecedores e fábricas preparadas. Claro, devemos evoluir em termos tecnológicos. Então, eu diria que a dificuldade está em nós mesmos", avalia.

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