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Melhorias nas estações do trem começam este mês

Por mais segurança e conforto aos usuários, Trensurb promoverá revitalizações em 12 estações, com investimento de R$ 7,3 milhões. Obras ocorrerão durante operações do trem

Por Bruna Mattana
Publicado em: 23.01.2021 às 05:01

Estação Sapucaia tem maior média de usuários do trecho entre Esteio e São Leopoldo Foto: Diego da Rosa/;GES/Diego da Rosa/GES
Ainda este mês, usuários da Trensurb começarão a ver as obras de melhorias nas estações. A afirmação é do diretor-presidente da autarquia, Pedro Bisch Neto, que falou ao ABC sobre as revitalizações previstas para 2021. "A ideia é realizar as obras mantendo o serviço. Por isso, trabalharemos concomitante às operações do trem e, se preciso, fora do horário de expediente, na madrugada."

Segundo Neto, dos R$ 10 milhões obtidos junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional, R$ 7,3 milhões serão usados para revitalização de 12 das 22 estações de trem. O valor foi dividido em três lotes. Deste montante, R$ 6,1 milhões serão para obras nas estações e R$ 1,2 milhão para cinco passarelas. "Nossas prioridades são garantir a segurança e o conforto dos usuários. Por isso, reunimos um conjunto de observações feitas pelos funcionários nos últimos anos, como reclamações em relação à escada, corrimão, pintura, acessibilidade, entre outros, e vamos atender as estações com maior fluxo de pessoas."

O diretor-presidente afirmou que restante da verba será utilizada para manutenção dos trens, construção de coberturas e em questões ambientais. "Mais de 70% do valor será destinado para reformas que melhorem o trajeto do usuário."

Em relação à privatização da Trensurb, Neto disse estar "aguardando que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) dê alguma informação sobre o assunto." Ele ressalta que, os números informados no início do ano passado sobre receitas e tributos da autarquia ficaram prejudicados, pois a demanda do trem caiu pela metade.

Colaboraram: Laira Souza e Pedro de Brito

Lote 1

Estações Mercado, São Pedro, Aeroporto e Anchieta, em Porto Alegre, Niterói e Fátima, em
Canoas. Lote arrematado pela empresa Construtec MS por R$ 2,5 milhões. Prazo de execução: oito meses.

SERVIÇOS PREVISTOS NAS ESTAÇÕES AEROPORTO, ANCHIETA, NITERÓI E FÁTIMA:

- recuperação da pintura;

- reforma de sanitários (incluindo adaptação para pessoas com deficiência);

- instalação de portas automáticas de acesso;

- adequação de corrimãos às normas de acessibilidade e plano de prevenção contra incêndio
(PPCI);

- instalação de piso podotátil;

- ajustes na comunicação visual;

- instalação de elevadores.

SERVIÇOS PREVISTOS NAS ESTAÇÕES MERCADO E SÃO PEDRO:

- adequação de corrimãos às normas de acessibilidade e PPCI;

- instalação de piso podotátil;

- adequação de sanitários para pessoas com deficiência;

- instalação de porta automática de acesso (Estação São Pedro).

Lote 2

Estações São Luís e Petrobras, em Canoas, Luiz Pasteur e Sapucaia, em Sapucaia do Sul. Lote arrematado pela empresa Construtec MS por R$ 2,3 milhões. Prazo de execução: sete meses.

Serviços previstos:

- recuperação da pintura;

- reforma de sanitários (incluindo adaptação para pessoas com deficiência);

- instalação de portas automáticas de acesso;

- adequação de corrimãos às normas de acessibilidade e PPCI;

- instalação de piso podotátil;

- ajustes na comunicação visual;

- instalação de elevadores.

Lote 3

Estações Unisinos e São Leopoldo, em São Leopoldo. Lote arrematado pela empresa Construtec MS por R$ 1,3 milhão. Prazo de execução: cinco meses.

Serviços previstos:

- construção de sanitários para pessoas com deficiência;

- instalação de piso podotátil e substituição de piso das plataformas;

- adequação de corrimãos às normas de acessibilidade e PPCI;

- instalação de portas automáticas de acesso;

- instalação de elevador (Estação Unisinos).

Serviço na capital

Na capital, a Estação Aeroporto possui uma das estruturas mais completas, com piso podotátil desde a entrada, sinalizando os acessos aos guichês, catracas, embarque no aeromóvel, sanitários, escadas, elevador e plataforma.

A estação Mercado, com o maior volume de usuários ao dia segundo levantamento realizado no ano passado, cerca de 12 mil pessoas, possui duas plataformas e, entre os problemas que apresenta, está a falta de piso podotátil em toda a estrutura. Também precisa de recuperação nos banheiros, que apresentam falta de assentos, bem como sinalização de acesso para pessoas com deficiência.

A situação em Canoas

A Estação Niterói, por exemplo, uma das mais movimentadas de Canoas, que recebeu cerca de 4 mil usuários ao dia em 2020, apresenta inúmeros desgastes na pintura, pilares e escadas. Os três banheiros, sendo um adaptado, apresentam problemas, como falta de assento nos sanitários, falta de suportes e portas depredadas. Na Estação Fátima, além da pintura muito
deteriorada, o local apresenta problemas como a falta de assento nos vasos, de suportes para colocação de papel higiênico e toalhas de papel e as portas dos banheiro estão deterioradas. Faltam ainda pisos podotáteis na recepção e em outros pontos da estação e muitas placas de sinalização estão desgastadas pela ação do tempo. Estes, entre outros pontos, estão dentro das melhorias que acontecerão nos próximos meses.

Já a estação São Luís não possui piso podotátil ao longo da plataforma nem nos ambientes internos e acesso aos guichês. Nos sanitários, a limpeza contrasta com a pouca estrutura que, vai desde a falta de suportes para o papel higiênico, até a ausência de assentos nos sanitários. O prédio apresenta diversas infiltrações, problemas de pintura, desgastes nas escadas e nas placas de sinalização. Os mosaicos em ladrilhos e as obras em grafite no teto, paredes e escadarias amenizam os problemas existentes na estrutura da Estação Petrobras. Com um
dos menores fluxos de usuários, cerca de 1,3 mil pessoas ao dia, de todas as estações visitadas, apresenta os menores desgastes.

Revitalização prevê mais acessibilidade aos usuários

No trecho entre Esteio e São Leopoldo, os cinco pontos receberão investimentos. As estações Luiz Pasteur e Sapucaia, em Sapucaia do Sul, integram o segundo lote de obras, junto a duas estações de Canoas. O prazo de execução é de sete meses.

Atualmente, as placas e a pintura estão gastas em alguns pontos, o que pode dificultar a orientação dos usuários. Além disso, as estações não contam com elevador, e os banheiros não estão em condições ideais. As escadas rolantes estão em funcionamento, mas não é raro que estejam fora de serviço. As estações Unisinos e São Leopoldo serão contempladas no terceiro lote. Já a Estação Esteio receberá investimento na passarela.

A Estação Sapucaia é a mais movimentada do trecho entre Esteio e São Leopoldo, sendo a terceira no ranking geral, com uma média de quase 7 mil usuários por dia registrados no ano de 2020. A Estação São Leopoldo aparece na sexta colocação geral, com pouco mais de 5 mil usuários por dia. Esteio é a oitava mais movimentada, com quase 5 mil usuários.

No último ano, em função da pandemia e suspensão de aulas presenciais, a Estação Unisinos registrou número mais baixo, com média de 2 mil usuários por dia, na 13ª. A Estação Luiz Pasteur é apenas a 16ª mais movimentada.

Dificuldade de acesso às passarelas

Para o estudante Régis Viegas, 38 anos, que é cadeirante, a Estação São Leopoldo é a que tem melhor estrutura em relação à acessibilidade. "Lá tem elevadores e escadas rolantes. E o acesso no térreo facilita", conta. Para ele, uma das dificuldades está no acesso das passarelas. "Subir sozinho não é fácil. Os seguranças nos auxiliam dentro da estação, onde não é necessário, e dizem ser proibidos de ajudar qualquer pessoa com deficiência na subida de passarelas", aponta.

Régis voltou a utilizar o transporte metroviário em outubro, fazendo o trajeto entre as estações Sapucaia e Unisinos. Segundo ele, as escadas rolantes estão constantemente fora de funcionamento em Sapucaia, e o local não conta com elevador. Na Unisinos, o elevador existe, mas não é confiável, além de a estação contar com problemas no exterior. "A escada rolante estraga seguidamente e não existem rampas para cadeirante próximo à passarela. Muitas vezes, preciso solicitar ajuda de alguém", explica.

Investimento nas passarelas

Receberão melhorias as passarelas das estações Niterói, Fátima, Mathias Velho, Esteio e Sapucaia. Lote arrematado pela empresa R&R Estruturas Metálicas por R$ 1,2 milhão. O prazo de execução é de três meses. Os serviços previstos são de recuperação de coberturas, iluminação, estruturas metálicas e em concreto, reparos no piso dos passeios, execução de cobertura da passarela do lado leste da Estação Mathias Velho.

Banheiros adaptados e piso podotátil

Segundo a Trensurb, hoje, as seguintes estações contam com banheiro adaptado que atende integralmente às normas de acessibilidade: Mercado, Rodoviária, Farrapos, Aeroporto, Canoas, Mathias Velho, Esteio, Rio dos Sinos, Santo Afonso, Industrial, Fenac e Novo Hamburgo. Nas demais, há sanitários para pessoas com deficiência, porém o atendimento às normas é parcial.

Já em relação ao piso tátil, ele está disponível nas estações, Farrapos, Aeroporto (Aeromóvel), Rodoviária, Canoas, Rio dos Sinos, Santo Afonso, Industrial, Fenac e Novo Hamburgo. Nas estações Farrapos e Rodoviária, o atendimento é parcial.

Prevenção Contra Incêndio

Conforme a Trensurb, no momento, somente as estações Anchieta e Novo Hamburgo têm PPCI aprovado (porém a expedição de alvará ainda depende de vistoria final). "A Trensurb está trabalhando no PPCI das demais estações, porém isso não tem relação com os contratos das obras de revitalização para além da questão dos corrimãos", informou a autarquia, esclarecendo que, nas obras contratadas, haverá somente adequação de corrimãos ao PPCI.


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