O enfermeiro Eloir Antonio Vial assume nesta segunda-feira (4), de forma interina, o comando da Secretaria Municipal de Saúde de Canoas. O titular, Maicon de Lemos, foi afastado do cargo por ordem da Justiça Estadual no âmbito da Operação Copa Livre, desencadeada pelo Ministério Público (MP) para investigar indícios de corrupção no governo municipal. O prefeito Jairo Jorge (PSD) também foi afastado do cargo por seis meses.
Especialista em Direito Sanitário e em Gestão de Saúde e mestre em Saúde Coletiva, Eloir Antonio Vial é servidor público deste 1990. Já foi diretor da atenção básica, de regulação, fiscal de contratos de prestadores de serviços SUS e gestor de unidade de saúde em Canoas. Ele já participa da reunião de secretariado que será liderada às 8h30 desta segunda-feira pelo prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques (Avante).
Outro secretário afastado na Operação Copa Livre é Fábio Cannas, do Planejamento e Gestão. Quem assume no lugar dele, também de forma interina, é Joceane Gasparetto, nome de confiança de Jairo Jorge. Ela já havia sido secretária municipal nas duas gestões anteriores do prefeito afastado. também passou por secretarias municipais de Esteio.
Até a noite deste domingo (3), nem o prefeito Jairo Jorge nem os secretários afastados haviam falado sobre a decisão da Justiça. Na sexta-feira Jairo Jorge postou nas redes sociais que foi "surpreendido por uma ação do Ministério Público do Rio Grande do Sul". E acrescentou: "Estou perplexo com as graves acusações e ataques à minha honra, mas sigo acreditando na Justiça e tendo a convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos."
Neste início de semana deve sair decisão da Justiça para o pedido ajuizado na sexta-feira pelo MP, que entende necessária uma intervenção do Estado na gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) para garantir a manutenção dos serviços. Um dos cinco contratos com indícios de fraude é o da Prefeitura com o Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Aceni), contratado sem licitação para administrar o hospital no lugar do Gamp. A investigação do MP aponta que a contratação teria sido negociada pelo prefeito Jairo Jorge ainda na época da campanha de 2020 em troca de dinheiro.