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Notícias | Canoas COMUNIDADE

Falta de acessibilidade é obstáculo para a menina Júlia em Canoas

Família narra as dificuldades do dia a dia enfrentadas pela filha cadeirante

Por Juliano Piasentin
Publicado em: 08.11.2022 às 08:41

A pequena Júlia Hidalgo Freitas Rodrigues, 6 anos, encara todos os dias uma verdadeira maratona. O objetivo da menina que sofre de paralisia cerebral, é chegar até a escola. Ela estuda na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Marilene Machado, no bairro Mato Grande e leva de 15 a 20 minutos para chegar ao local, com diversas dificuldades pelo percurso.

Dificuldades no dia a dia da pequena Júlia em Canoas
Dificuldades no dia a dia da pequena Júlia em Canoas Foto: PAULO PIRES/GES

Os pais da pequena, Rodrigo Rodrigues e Fabiane Hidalgo Freitas, ambos de 36 anos, são os responsáveis por levar a menina à escola. "Todos os dias temos que enfrentar esse desafio, sem calçamento, ruas com paralelepípedo e sem condições de locomoção", explica Fabiane.

Além dos problemas externos, há também a falta de uma rampa apropriada na escola. "Precisamos sempre usar a força física para levantar a cadeira." Fabiane diz que outro contratempo causado pelas ruas esburacadas está na manutenção da cadeira de rodas. "Pode inclusive estragar a cadeira, tamanha a precariedade das vias." A situação inclusive é motivo de brincadeira para Júlia. "Ela brinca com o fato da cadeira ficar tremendo, fazendo um gestual tremulando."

Em dias de chuva a mãe da menina afirma que a situação é ainda pior. "Todo o trajeto é ruim e quando chove temos que ir literalmente para o meio da rua devido as poças de água que se formam no paralelepípedo."

Problemas no bairro

E não é apenas no caminho da escola que a família encontra adversidades. "No próprio bairro há muitas dificuldades. Em algumas situações até desistimos de ir", explica. Fabiane e Rodrigo não possuem veículo próprio e por isso utilizam o serviço de Uber. "Pedimos que o motorista sempre nos deixe o mais próximo possível do local."

De acordo com a mãe da menina, Júlia possui grau dois de paralisia cerebral, o que atrapalha seus movimentos. "Ela não é paraplégica, consegue caminhar, no entanto por poucos metros." Por conta dessa limitação é necessária a utilização da cadeira de rodas. "Ela faz fisioterapia no turno inverso ao escolar, o que tem auxiliado bastante." As aulas começaram este ano, junto com elas as dificuldades e o uso mais contínuo da cadeira.

Contatada, a Prefeitura de Canoas comunicou que o calçamento é uma responsabilidade de cada morador. O papel do município, conforme o Executivo, é o de fiscalizar. Em relação ao asfalto, foi informado que existe um cronogramas de obras na cidade, prevendo o asfalto.

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