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Notícias | Canoas INVESTIGAÇÃO

Fuzis avaliados em R$ 450 mil são descobertos pela Polícia em 'cofre' do crime no Vale do Sinos

Armamento foi apreendido em Estância Velha durante ação de investigação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado de Canoas

Por Leandro Domingos
Publicado em: 21.12.2022 às 15:14

Dois fuzis avaliados R$ 450 mil são encontrados pela Polícia Civil no Vale do Sinos. A descoberta dos armamentos calibre .556 foi dos agentes de Canoas durante a batizada Operação Red, desencadeada entre a noite de terça-feira (20) e a madrugada desta quarta-feira (21) no Vale dos Sinos.

O delegado Mario Souza estima que o valor de armas e drogas supere R$ 450 mil
O delegado Mario Souza estima que o valor de armas e drogas supere R$ 450 mil Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Segundo a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Canoas, as armas estavam em uma casa em Estância Velha. Foi necessário um mês de investigação até que a polícia chegasse ao endereço classificado como um "cofre" da organização.

"A investigação partiu de uma informação que a facção tinha um endereço onde eram guardadas somente armas longas e de grosso calibre", explica o delegado Thiago Lacerda, que conduziu a operação. "Saímos de Canoas para o endereço com o objetivo de apreender um fuzil, mas achamos dois".

Segundo o delegado, houve perseguição aos criminosos logo que a polícia chegou ao endereço no bairro Encosta do Sol, no município de Estância Velha. Para se livrar da cadeia, os integrantes deixaram a residência e começaram a pular muros e telhados até conseguir despistar os agentes. Ninguém foi preso.

"Não houve resistência ou troca de tiros, mas os criminosos partiram em disparada da casa e não foi possível prendê-los", aponta Lacerda. "Era noite e estava muito escuro. Então subiram em muros e telhados. Rapidamente não foi mais possível vê-los".

No endereço, os policias encontraram, além dos dois fuzis .556, uma pistola 9 milímetros, um dispositivo que transforma pistola em submetralhadora, carregadores de fuzil e pistola, além de quase uma centena de munições de diversos calibres.

A apuração continua, diz o delegado. Isso porque existe a suspeita que a facção tenha outros endereços funcionando como "cofres" para o armazenamento de armas e munição. Para isso, a Polícia Civil agora trabalha para identificar os suspeitos que estavam na casa.

"Não é fácil chegar até um fuzil pertencente a uma organização como esta do Vale dos Sinos", frisa Lacerda. "Eles mudam as armas de endereço, de maneira que o armamento está um dia em um lugar; outro dia em outro, mas vamos continuar em cima até garantir a prisão de um suspeito".

Mais de R$ 400 mil em prejuízo ao crime

Logo após deixar a residência no bairro Estância Velha, os policiais da Draco partiram rumo a um apartamento de no Centro de Campo Bom, que também fazia parte dos alvos da Operação Red. No local, não foram achadas armas, mas havia cinco quilos de cocaína embalada e pronta para a venda.

"É uma cocaína de alto grau de pureza e tenho certeza que seria repassada muito em breve, caso não tivesse caído nas mãos da polícia", observou o delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional (DPRM) de Canoas.

O delegado aponta que ninguém foi achado no apartamento. Mesmo sem uma prisão, o dano à facção não foi pequeno. Ele estima que a apreensão tenha causado um prejuízo de quase meio milhão no bolso da organização.

"Trabalhamos com um valor acima de R$ 450 mil, sem dúvida nenhuma, se colocarmos em conta as armas apreendidas e as drogas", aponta. "Esta organização é um câncer no Vale dos Sinos e Região Metropolitana e vamos continuar trabalhando para atingi-los no bolso", avisa.

Prontas para disparar

Conforme o delegado Thiago Lacerda, as armas serão encaminhadas para o Instituto-Geral de Perícias (IGP), onde serão confrontadas com casos em andamento referentes a assassinatos que estariam relacionados com a organização criminosa.

"Há um trabalho pericial a ser concluído, e pode levar a prisões ou indiciamentos, mas o mais importante agora é que as armas foram tiradas de circulação e estão nas mãos da polícia", destaca.

Souza ressalta que, diferentemente de outros armamentos apreendidos pela Polícia Civil, os dois fuzis não estavam enterrados e a hipótese mais lógica é que eram usados para roubos e assaltos a banco que garantiam mais patrimônio à facção.

"Estas armas não estavam enterradas em um pátio ou guardadas em um porão. Foram achadas em uma casa e, mesmo ainda sem passar pela perícia, tudo indica estarem prontas para ser usadas a qualquer momentos pelos criminosos".

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