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Notícias | Canoas CRUELDADE

Idoso que arrastou cão na traseira de Kombi por quase um quilômetro é preso em Canoas

Polícia Civil prendeu o homem de 75 anos na manhã desta sexta-feira

Publicado em: 28.04.2023 às 10:31 Última atualização: 28.04.2023 às 11:32

A Polícia Civil prendeu um idoso de 75 anos na manhã desta sexta-feira (28). Segundo a delegada Tatiana Bastos, da 4ª Delegacia de Polícia (DP), também conhecida como Delegacia Amiga dos Animais, ele vai responder por crueldade contra os animais e pode pegar até cinco anos de prisão.

Delegada Tatiana Bastos
Delegada Tatiana Bastos Foto: PAULO PIRES/GES

Foi na última terça-feira (25) que começou a circular nas redes sociais um vídeo com uma Kombi branca arrastando um cão aparentemente já morto. O animal teria sido arrastado por quase um quilômetro até uma área de descarte irregular no bairro São José.

O vídeo causou revolta na internet e teve milhares de compartilhamentos, chegando até o conhecimento da Polícia Civil (PC), que lançou, na manhã desta sexta-feira (28), a Operação Arca, levando à cadeia o responsável por arrastar o animal no asfalto.

A ação foi coordenada pela delegada Tatiana Bastos. Ela aponta que a prisão preventiva do idoso de 75 anos foi garantida pela Justiça graças ao vídeo, prova incontestável do crime de crueldade contra os animais.

"Quem observa o vídeo, não tem dúvidas da crueldade cometida por este homem", frisa. "O cão pode ser visto amarrado pelas patas, por uma corda, no engate da Kombi. Testemunhas apontam que ele já vinha sendo arrastado por quase um quilômetro pelas ruas da cidade de Canoas. Nenhum animal resistiria a isso".

Conforme a delegada, o idoso disse à Polícia que o animal já estava morto, de modo que ele queria apenas se livrar do corpo em uma área de descarte irregular no bairro São José. Isso porque estava tentando não sujar o interior da Kombi. A Polícia, conduto, não acredita nesta versão.

"Por meio das imagens, é possível concluir que o animal não resistiu aos ferimentos e veio a óbito", reforça a delegada. "Além disso, caso se tratasse de um cadáver, havia meios de tratar o assunto sem usar de tamanha crueldade", adverte.

O animal foi achado já em avançado estado de decomposição em um terreno baldio no bairro São José. No local, os agentes da Polícia Civil encontraram outras carcaças de animais que teriam sido deixadas, não se sabe por quem, algo que a Polícia vai continuar apurando.

O preso responderá pelo crime de crueldade contra animais na forma qualificada, previsto na Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), com pena de reclusão de dois a cinco anos, e com aumento de 1/6 a 1/3 pelo fato de ocorrer a morte do animal, e também por poluição ambiental, cuja pena prevista é de até quatro anos de reclusão, pelo descarte em local inadequado.

"É preciso ficar muito claro que este tipo de crueldade não será tolerado e a Polícia Civil vai atrás dos responsáveis", avisa Tatiana. "Felizmente, hoje há toda uma legislação que permite a responsabilização neste tipo de caos. Inclusive o descarte de animais desta maneira também é considerado crime ambiental".

Ainda durante o cumprimento das ordens judiciais, foi apreendido um simulacro de arma de fogo e resgatados dois cães que estavam sob a guarda do preso, os quais foram encaminhados ao Secretaria de Bem Estar Animal, para atendimento médico-veterinário, e após para lares temporários. O resgate foi necessário para evitar que esses animais tivessem o mesmo final trágico.

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