"O que aconteceu foi fora do comum": Professor de matemática é preso por importunação sexual após flagrante em escola
Denúncias feitas por estudantes levaram à prisão na tarde desta quarta-feira (28). Segundo o delegado, homem de 60 anos mostrou conduta inadequada em sala de aula
Um professor de matemática foi preso, na noite desta quarta-feira (29), por crimes de importunação sexual, cometidos contra estudantes de uma escola em Canoas.
A prisão em flagrante do docente aconteceu após uma série de denúncias passadas por adolescentes à direção da Escola Estadual de Ensino Médio Erico Veríssimo.
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"Ela nos informou da conduta inadequada de um professor. Imediatamente chamei o professor e encaminhei a vice-diretora para assumir a turma", explica a diretora Valquíria Zanetti Gomes.
Foi a partir da saída do professor da sala de aula que surgiram as denúncias por parte de outros estudantes que teriam sido importunados sexualmente pelo docente.
"Acionamos a Brigada Militar e avisamos pais e responsáveis a respeito do que aconteceu. Nunca tínhamos passado por nada assim na instituição e tentamos mediar da melhor forma", explica a diretora.
O nome do professor preso não foi informado.
Investigação
O professor foi conduzido até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas. Na DPPA, coube ao delegado Pablo Rocha determinar a prisão em flagrante do suspeito.
Durante anos à frente da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, o veterano delegado contou nunca ter visto nada parecido em uma instituição de ensino.
"Foi fora do comum o que aconteceu", disse. "Eu nunca tinha ouvido falar de um professor que, durante o período de aula, ignorasse qualquer conduta na tentativa de se aproveitar dos menores".
Conforme o delegado, a prisão preventiva do professor está sendo encaminhada ao Poder Judiciário. E um inquérito já foi aberto para apurar o que realmente aconteceu em sala de aula.
"Ele acabou preso pelo crime de importunação sexual de vulneráveis, mas a investigação deve deixar claro se houve algum tipo de abuso ou estupro contra as vítimas", esclarece.
Suporte psicológico
Um total de dez estudantes teriam relatado o comportamento fora do comum do professor em sala de aula. Contudo, existe a suspeita que mais adolescentes acabaram sendo vítimas.
Conforme a diretora Valquíria Zanetti Gomes, um trabalho psicológico e pedagógico está sendo desenvolvido pela 27ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) visando garantir atendimento especializado aos menores.
"Vamos fazer tudo ao nosso alcance para tentar diminuir o impacto sofrido pelos estudantes", avisa a diretora. "Todos na escola estão muito chocados com os eventos e não vamos fingir que não aconteceu".
Valquíria faz questão de mencionar que o professor em questão não se tratava de um docente regular do Estado. Foi encaminhado por uma instituição de Ensino Superior para um período de "estágio" na Escola Erico Veríssimo.
"É claro que a gente se culpa por não ter percebido qualquer sinal que desse a entender o comportamento antes, mas o que aconteceu é inimaginável. Ninguém poderia esperar".
Tensão na escola
Logo que informações sobre o professor chegaram a pais e responsáveis, houve revolta e muitos correram para a instituição. A maioria queria agredi-lo, o que poderia terminar em um linchamento. Policiais Militares (PMs) do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foram acionados e precisaram proteger o homem para que pudesse sair da escola em segurança.
Estatuto da Criança e Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) veda a veiculação de notícias que permitam a identificação de crianças e adolescentes envolvidos em crimes de qualquer natureza, razão pelo qual a reportagem não identifica qualquer um dos envolvidos.
