GOLPE DOS NUDES: Detentos comandavam esquema de dentro da penitenciária de Charqueadas; entenda
Operação da Polícia Civil lançada na manhã desta terça-feira (19), pela 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, identificou criminosos envolvidos no crime
Uma nova ofensiva em combate aos crimes de extorsão, organização criminosa e o popular "golpe dos nudes" foi lançada, na manhã desta terça-feira (19), pela Polícia Civil, em Canoas.
Foram três integrantes de uma quadrilha especializada no golpe presos, além da identificação de outros cinco que coordenavam o esquema de dentro do sistema prisional.
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Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP da cidade, o dinheiro era passado a duas mulheres que visitavam constantemente os presos na Penitenciária Estadual de Charqueadas.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e sete de prisão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Estância Velha, Alvorada, mais as ordens cumpridas na Penitenciária de Charqueadas.
"Conseguimos apreender aparelhos celulares, cartões bancários e um automóvel", aponta a delegada. "Tudo como parte do esquema mantido para lesar as vítimas."
Já foram 150 prisões
Graças a esta quinta etapa da batizada Operação X-Con, a equipe comandada pela delegada Luciane Bertoletti chega ao número de 150 presos envolvidos no esquema criminoso em um período de dois anos.
A delegada chegou a se tornar referência até mesmo fora do Rio Grande do Sul por conta do combate mantido aos golpes aplicados se valendo deste mesmo modus operandi.
Em abril, a polícia gaúcha agiu em parceria com policiais paulistas para acabar com a ação de um grupo que estava fazendo vítimas da Grande São Paulo.
"Foram dezenas pessoas identificadas e presas como participantes de crimes no Rio Grande do Sul, além de dezenas que foram alvo de ações em operações conjuntas com autoridades de outros Estados", aponta.
Crime de pedofilia
O "golpe dos nudes" consiste em um primeiro contato ou por uma rede social, ou pelo aplicativo Whatsap, em que uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai ou mãe da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.
Para não denunciar à polícia, o suposto responsável exige depósitos em dinheiro.
"Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores, como em um dos casos analisados nessa investigação, para o enterro da adolescente que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos, atentou contra a própria vida, praticando suicídio", explica a delegada Luciane Bertoletti.
É bastante comum também, segundo a delegada, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.
"Nesse caso, surgiu a figura de um delegado de polícia que estaria colaborando com os parentes", aponta a delegada. "O próprio envolvimento do policial garante aos criminosos um elemento extra de receio em não pagar. Tudo parte de um teatro para constranger a vítima".