O Ministério Público (MP), em operação realizada de forma conjunta com a Brigada Militar, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços vinculados à campanha do vereador - que concorre à reeleição - Fernandinho Lourenço (PDT) na manhã desta sexta-feira (13). Entre os locais estão a residência e o comitê do candidato, além de um comércio e um posto de gasolina. O pedetista diz que não há nenhuma relação com os fatos e nega qualquer irregularidade.
Segundo a assessoria de imprensa do MP, foram encontrados nesses locais R$ 30 mil em espécie e comprovantes de vale combustíveis e vale almoço. “A legislação eleitoral não permite que haja doações ou benefícios para campanha do candidato que não seja através da conta corrente ou específica da campanha”, afirma o coordenador do Núcleo de Inteligência do MP, o promotor de Justiça Marcelo Tubino. Já os tíquetes, quando não declarados na prestação de contas dos concorrentes a cargos públicos, são vedados.
Contatado pela reportagem no início da tarde, o parlamentar disse desconhecer a apreensão do valor e, consequentemente, o montante não estaria em nenhum dos espaços sob sua responsabilidade, como a sede da campanha e a casa do pedetista. “Estão usando os piores métodos para me prejudicar”, afirmou o vereador.
O Ministério Público também analisará documentos e equipamentos eletrônicos coletados durante a operação realizada no Município durante a sexta-feira. Além disso, Tubino detalha que a que a maior parte do valor teria sido encontrado no estabelecimento comercial.
Caso venha a ser denunciado, o parlamentar pode vir a responder processo que, entre suas consequências numa eventual condenação, gera inelegibilidade.
“Tenho fotos de vários carros nos seguindo, nos perseguindo, cuidando a minha residência. É uma coisa que precisa se esclarecida de uma vez por todas. As pessoas falam o que querem, usam os meios mais baixos nas redes sociais para denegrir minha imagem. Vou continuar minha caminhada de cabeça erguida. Não vou baixar minha cabeça”, complementa, ao enaltecer que está preocupado em fazer uma campanha limpa.
De acordo com o Ministério Público, Lourenço é suspeito de se beneficiar com dinheiro oriundo do crime organizado. A alegação é contestada com veemência por parte do vereador.
Conforme o coordenador do Núcleo de Inteligência do MP, “no caso desse alvo, já tinha suspeita que ele se beneficiava com o dinheiro oriundo do crime organizado, foi feito monitoramento durante algum tempo e que havia vínculos com faccionados”, relata Tubino. “Hoje, cumprindo as buscas, se comprovou mais uma vez o abuso desse poder econômico e os tentáculos dessa influência política dele em outras áreas da administração pública”, segue o promotor.
Além disso, o Ministério Público também rastreou outros eventuais contatos do candidato. “Vimos que ele mantém um controle dos veículos que estão no entorno do comitê e das áreas de interesse dele. Ele conta com informações de alguns órgãos públicos para saber a quem pertencem os veículos”, afirma.