A crise viral imposta pelo coronavírus não atinge somente a saúde, mas também o bolso da população. E nem está se falando na alta do dólar, agora a US$ 5,20. O problema é a queda brusca no movimento do comércio em geral. Comerciantes e lojistas estão muito preocupados, tendo em vista o isolamento que está sendo proposto pelas autoridades em saúde para conter a infecção do covid-19. "A gente sabe da importância de as pessoas saírem das ruas, como todo mundo está falando", observa a vendedora Natieli Souza. "Só que eu acho que se continuar assim, vou perder meu emprego. Não entra mais ninguém aqui na loja", completou a vendedora de 36 anos.
A comerciante Teresinha dos Reis também está, literalmente, apavorada. Mesmo que preocupada com a doença, ainda pensa sem parar na possibilidade de ter de fechar o estabelecimento que mantém junto a Estação Canoas. "Olha, o movimento já estava fraco. Agora, com todo mundo fazendo campanha para que as pessoas fiquem em casa, piorou muito. Não entra uma alma viva na loja", desabafa a trabalhadora de 59 anos. "A gente fica com o coração na mão, porque não temos reserva. Vivemos da renda das vendas. Se não vende, não temos de onde tirar dinheiro", continua. "Entendo a seriedade deste vírus, mas também não dá para morrer de fome também é ruim, né?"
Em detrimento a toda esta falta de movimentação em lojas de roupas, calçados e acessórios, as farmácias permanecem cheias. A maior procura é por álcool com gel e máscaras cirúrgicas. "Chega os produtos e minutos depois sai tudo", apontou a vendedora Benedita Medeiros, 44 anos. "As pessoas estão desesperadas procurando."