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Notícias | Especial Coronavírus Economia

Quem vai pagar a conta do coronavírus?

É quase unanimidade entre os especialistas que a crise que está começando deverá ser uma das maiores da História brasileira

Por Adair Santos
Publicado em: 11.04.2020 às 08:00 Última atualização: 11.04.2020 às 21:08

José Antônio de Moura Foto: Divulgação
José Antônio de Moura Foto: Divulgação
Paralelamente às necessárias ações para barrar o avanço da pandemia, o coronavírus deixa um efeito colateral que afeta a vida de todos: o agravamento da crise econômica. Nesse contexto, a questão principal é: quem vai pagar a conta dos impactos desencadeados pela suspensão temporária da indústria, comércio e serviços? A resposta é: todos. "Estamos vivendo um cenário de 'guerra' e, em momentos como este, todos perdem e cada um terá que contribuir para sua mínima proteção, uma questão de sobrevivência. Porém, na crise somente o governo federal é o agente que pode minimizar os efeitos na população como um todo, sociedade, empresas e também no caixa de Estados e municípios, gastando para sustentar a demanda agregada, a economia", avalia o economista e professor da Universidade Feevale José Antônio Ribeiro de Moura.

É quase unanimidade entre os especialistas que a crise que está começando deverá ser uma das maiores da História brasileira, pois também atinge a saúde e a confiança dos investidores. "Neste momento, o governo não pode ter receio de gastar. A dívida não é um problema, mas uma consequência controlável para salvar vidas e as gerações futuras. A questão é humanitária. A boa notícia, se é que podemos tratar assim, é que o problema é mundial, ou seja todas as nações estão sofrendo, não é uma questão isolada do Brasil", diz.

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Conforme o economista, a estimativa para o Brasil é um gasto que deve chegar a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). "A título de comparação, obviamente que levando em consideração as condições de cada país, a Alemanha está investindo 37% do PIB, Reino Unido e Espanha, 17% e Estados Unidos, 6,5%", compara. O conjunto de medidas de liberação de liquidez (recursos disponíveis no mercado) anunciadas até agora pelo Banco Central chega a R$ 1,2 trilhão.

Luz no fim do túnel

Mas para quando os brasileiros podem vislumbrar uma melhora na economia, um renascimento? "Quanto maior a demora dos recursos chegarem à população, mais aumenta o risco de mortes e a recuperação da economia no futuro. Como um ciclo, vivemos a pandemia, que após seu término, tem-se o início o ciclo da economia. Portanto, quanto mais rápido for o primeiro, mais rápida a retomada da economia, um horizonte para o segundo semestre", pondera.

Ainda não há como precisar as perdas econômicas, mas muitas delas, dependendo da continuidade do isolamento, serão irrecuperáveis no curto prazo, avalia a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo. "Grande parte dos epidemiologistas diz que, apesar do vírus continuar circulando no segundo semestre, o seu controle no Brasil deve se dar ainda no primeiro semestre. No segundo já estaríamos com a economia a pleno funcionamento. A questão é como será esse novo normal", pondera ela.

Empresa exporta máscaras para os Estados Unidos

Fábricas de componentes para calçados produzem máscaras - Eduardo Morchel Filho Foto: Adair Santos/Divulgação
Após duas semanas com a produção paralisada, a CB Injetados, de Campo Bom, especializada em solas e entressolas de EVA, usou suas tecnologias de scanner do corpo humano e o talento dos 260 funcionários para dar início à fabricação das máscaras modelos N95 e TNT80. A capacidade será de 30 mil unidades/dia. "O primeiro lote de 500 máscaras foi exportado aos Estados Unidos", revela o diretor Eduardo Morchel Filho, 41.

Colaboradores compõem a equipe da Camaleoa

Antes da pandemia, os negócios iam de vento em popa e a ideia era mais do que dobrar o tamanho da equipe, totalizando 180 pessoas. Agora, o cenário é outro. "Vamos tentar não demitir ninguém, mas diante das incertezas futuras, ninguém pode prometer nada", confessa.

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