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Notícias | Especial Coronavírus Coronavírus

Municípios da região contrariam Estado e abrirão o comércio

Cidades do Vale do Sinos e Paranhana seguirão orientações de decretos municipais de flexibilização do comércio, enquanto governo estadual aponta o fechamento na região metropolitana de Porto Alegre

Por Gustavo Henemann
Publicado em: 16.04.2020 às 19:36

Consumidores aguardavam fora dos estabelecimentos para serem atendidos em Novo Hamburgo Foto: Ermilo Drews/GES-Especial
No embalo da flexibilização do decreto estadual para o comércio na região metropolitana e Serra gaúcha, deliberada nesta quinta-feira (16) pelo governador Eduardo Leite, alguns municípios do Vale do Sinos e Paranhana adotaram medidas que contrariam as determinações do Estado para a região metropolitana de Porto Alegre - que detém cerca de 60% dos casos de coronavírus no Rio Grande do Sul.

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Em Novo Hamburgo, a Prefeitura manterá até o próximo sábado (18) o decreto 9206/2020, publicado na terça-feira, para que possa avaliar as mudanças necessárias para adequar o Município ao novo decreto estadual. Parobé e Rolante decretaram a abertura do comércio a partir desta sexta-feira (17), e Igrejinha deve seguir essa mesma linha.

Dois Irmãos e Sapiranga encaminharam ofício nesta quinta-feira a Leite para buscar uma solução para o comércio local. Enquanto isso, Nova Hartz solicitou agenda com o chefe de executivo estadual. Já Campo Bom emitiu uma mandado de segurança ao Tribunal de Justiça para obter liminar para fazer um novo decreto para abertura gradual do comércio.

Todos os municípios que determinaram a reabertura do comércio (Novo Hamburgo, Parobé, Rolante e Igrejinha), deixaram claro a obrigatoriedade do uso de EPIs em todos os estabelecimentos e restrições de distanciamento.

Surpreendidos e inconformados com o decreto de Eduardo Leite, os prefeitos tomaram a frente neste momento até como uma forma de pressionar o governo estadual para flexibilizar as atividades. Entre as alegações da maioria das cidades está o baixo número de casos de Covid-19, ou até a ausência de infectados.

A prefeita de Dois Irmãos e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), Tânia da Silva, foi pessoalmente a Porto Alegre para entregar um ofício ao governador pedindo a flexibilização do comércio. "De forma independente e como prefeita de Dois Irmãos encaminhei ofício mostrando nossa estrutura, uma cidade próxima da Encosta da Serra, e os poucos casos de coronavírus que nós temos. Não podemos comparar Dois Irmãos com Porto Alegre. Embasamos nosso pedido por conta da localização, número de casos e comércio, que no nosso caso não temos um comércio de rua. Cada cidade tem sua particularidade", destacou Tânia, que informou ainda que a Amvars não entrou em consenso, pois há municípios incluídos na Associação que estão fora da região metropolitana.

"Nossa luta é válida. O Vale do Sinos está sofrendo. No setor coureiro-calçadista, mesmo com indústrias em funcionamento, a crise mundial levou à suspensão de pedidos. Se mais o comércio não poder funcionar, será muito ruim", completou.

Amvarc busca flexibilização para o Caí

A Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) emitiu na tarde desta quinta, um ofício ao governador Eduardo Leite, que solicita ao chefe do executivo do Estado, que estenda aos quatro municípios do Vale do Caí que pertencem à região metropolitana de Porto Alegre, casos de Capela de Santana, Montenegro, Portão e São Sebastião do Caí, a mesma permissão de flexibilização da abertura do comércio e serviços concedida aos municípios da Serra gaúcha. Nesta tarde, São Sebastião do Caí emitiu decreto municipal flexibilizando a abertura do comércio e serviços, porém com restrições sanitárias.

 

Comerciantes hamburguenses com receio

A partir do decreto municipal emitido na última terça-feira, os comerciantes hamburguenses retomaram as atividades de forma gradual. No entanto, conforme verificado pela reportagem na área central da cidade, nem todos os estabelecimentos tomaram todas as medidas de proteção contra o coronavírus. Foi verificado também o receio dos empreendedores em comentar sobre a reabertura do comércio, até mesmo por conta do decreto estadual que ordenou o fechamento dos espaços na região metropolitana.

 

Em Novo Hamburgo

- O estado de calamidade pública segue até sábado, suspende as aulas até dia 30 de abril, proíbe o funcionamento de centros comerciais, shoppingcenters, teatros, cinemas, casas de espetáculos, shows e bailes, entre outros similares, que impliquem grande fluxo de pessoas.

- Também não permite o funcionamento de brinquedotecas, espaços kids, playgrounds e espaço de jogos. Além daqueles considerados essenciais, que já estavam liberados, Novo Hamburgo liberou a abertura de todos o comércio, desde que a portas fechadas e um cliente por vez. O estabelecimento também é responsável em não permitir fila nem aglomeração na sua entrada, de manter o ambiente higienizado e de oferecer álcool gel aos clientes, o mesmo valendo para prestadores de serviços.

- O novo decreto proíbe expressamente a abertura de pubs e bares. Mas eles podem trabalhar desde que por meio de telentrega, drive thru ou pague e pegue. Já restaurantes e lanchonetes podem abrir até as 17 horas, mas fica vedado o atendimento no balcão. Salões de beleza e barbearia podem abrir normalmente desde que não haja aglomeração.

 

Aberto

Morro Reuter decretou ontem a liberação de estabelecimentos comerciais e de serviços desde que sigam exigências para evitar aglomerações e manter a higiene. Outra medida é a obrigação de uso de máscaras a partir de amanhã em táxis, transporte coletivo ou compartilhado de passageiros, para acesso aos locais considerados como essenciais.

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