Com a manutenção do decreto estadual que estende até o final do mês as restrições a atividades econômicas na região metropolitana (o governador Eduardo Leite havia incluído a Serra gaúcha, mas voltou atrás na decisão após reunião com prefeitos serranos na quinta-feira), muitos setores da economia do Vale do Sinos estão questionando as prefeituras sobre o rumo de seus decretos em relação às medidas restritivas tomadas no combate ao à Covid-19.
Em alguns casos, os próprios prefeitos já estão tomando decisões de ir à Justiça contra o decreto estadual para flexibilizar a abertura de algumas atividades econômicas afetadas mais duramente desde o início das medidas contra o avanço da Covid-19 no País. Em São Leopoldo, o prefeito Ary Vanazzi manteve as restrições até, pelo menos, segunda-feira, dia 20, afirmando que está discutindo com setores da cidade quais serão os próximos passos, prevendo a redação de um novo decreto neste fim de semana. Mas algumas entidades contestam esta discussão aberta com a sociedade.
Em meio a esta discussão, três das principais entidades leopoldenses divulgaram nesta manhã de sexta-feira, dia 17, uma carta aberta na qual dizem que não foram consultadas ou convidadas para reuniões, e também não receberam retorno sobre reivindicações já enviadas ao Município nos últimso dias. A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL), a Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Leopoldo (CDL) e Sindicato do Comércio Varejista de São Leopoldo (Sindilojas) emitiram carta aberta cobrando o poder público sobre cortes nos gastos públicos e medidas de flexibilização do comércio, além de também questionarem algumas medidas tomadas, segundo as entidades, de forma diferenciada para algumas áreas do setor informal.
Cobranças
A "Carta Aberta aos Leopoldenses" das entidades cobra medidas como prorrogação de impostos municipais e redução de salários (tanto na Prefeitura, como na Câmara de Vereadores leopoldense), questiona alguns posicionamentos em relação aos decretos e fiscalização, fala das perdas dos diversos setores econômicos (com demissões e fechamentos) e alerta que consumidores leopoldenses têm migrado para outras cidades que flexibilizaram medidas. A carta, de longo conteúdo, encerra dizendo que as entidades estão abertas ao diálogo e à busca de soluções conjuntas, entre poder público e iniciativa privada, no combate ao avanço do novo coronavírus.