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Notícias | Especial Coronavírus Causa da morte

Morte de mulher com problema respiratório causa polêmica em Montenegro

Irmã questiona Hospital Montenegro por não ter realizado teste para Covid-19. Instituição de saúde afirma que caso não se enquadrava como suspeito pelo protocolo do Ministério da Saúde e avaliação clínica

Por Ermilo Drews
Publicado em: 20.04.2020 às 12:00

Adriana Izabel de Brito tinha 44 anos e deixou três filhos Foto: Arquivo pessoal
A morte de uma mulher de 44 anos com problema respiratório causou polêmica em Montenegro, no Vale do Caí. Adriana Izabel de Brito, 44 anos, faleceu no sábado, após ter sido levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à casa de saúde.

Em live numa rede social, a irmã de Adriana, Paula Kerbes, questionou a conduta do hospital no caso. Ela afirmou que a familiar já havia procurado a instituição no final de semana anterior, com febre e falta de ar, sendo encaminhada para casa.

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Mostrando o atestado de óbito da irmã, Paula questiona a causa da morte, apontada como desconhecida. “Disseram que a médica informou que ela não se enquadrava nos sintomas de Covid-19. Mas febre e falta de ar não são sintomas de Covid-19?”, questiona.

No vídeo, a familiar pergunta por que a irmã não foi testada para o novo coronavírus e o mesmo não foi feito com os três filhos dela. “O enterro dela foi com caixão lacrado, padre com máscara. Quero uma resposta. Estão com medo que o comércio feche, que o povo se assuste”, indaga Paula.

O que diz o Hospital Montenegro

Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (20), a direção do Hospital Montenegro negou que Adriana tenha procurado atendimento na semana anterior, afirma que ela já chegou em estado grave à instituição e garante que o caso não se enquadrava como suspeito para Covid-19. “A última vez que a paciente procurou o hospital, antes de sábado, foi em 12 de junho de 2019, quando esteve no ambulatório cardiológico. Ela foi trazida pelo Samu no sábado, muito hipertensa, entre a vida e a morte. Três médicos auxiliaram no manejo do paciente”, relata o diretor técnico do hospital, Jean Ernandorena.

Segundo Ernandorena, a médica que assinou o atestado de óbito descartou a suspeita de Covid-19 como causa da morte com base no protocolo do Ministério da Saúde e na sua avaliação clínica. “Por isso não foi coletada a sorologia para o teste. Não tem nada sendo escondido”, assegura, sem mencionar detalhes que embasaram a decisão da médica alegando sigilo. “Existe diferença entre o que a senhora está contando e o que está registrado”, complementa.

A direção do hospital admite que não possui teste rápido à disposição, mas que quando há suspeita a coleta é encaminhada ao Laboratório Central do Estado (Lacen), que tem levado, em média, três dias para divulgar o resultado. De acordo com o hospital, até o momento um paciente morreu com suspeita de coronavírus na instituição, mas o teste feito pelo Lacen deu negativo.

Vinte e nove coletas para exames já foram feitas na instituição, sendo 18 em funcionários, com uma delas dando positivo. Em pacientes foram 11, com um resultado positivo para o novo coronavírus. Ambos os pacientes já estão curados da doença.

Atualmente, há um paciente com suspeita da doença na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dois internados. Quatro leitos de UTI com respiradores e isolados estão disponíveis no hospital exclusivamente para casos graves suspeitos de Covid-19.

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