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Notícias | Especial Coronavírus Pandemia

A dificuldade de quem 'vive' das aglomerações em tempos de isolamento social

Com a necessidade de se evitar a concentração de pessoas num mesmo ambiente, setor que trabalha com a realização de festas e eventos é um dos mais prejudicados

Por Priscila Carvalho
Publicado em: 19.05.2020 às 03:00 Última atualização: 19.05.2020 às 12:48

Carla Flores, proprietária da Festejar, teve todos os eventos agendados para abril transferidos ou cancelados Foto: Diego da Rosa/GES
Em tempos em que a recomendação de especialistas em saúde é a de manter o isolamento social para evitar o contágio por coronavírus, um dos setores que mais "depende" de aglomerações tem buscado se reinventar para sobreviver. Empresas que oferecem decorações para festas, locações de salão para eventos, bufês e serviços em geral têm visto o número de contratos cair muito nessa época e, para se manter funcionando, precisam abrir o leque de negócios.

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É o que a fundadora e proprietária da Festejar, Carla Flores, tem procurado fazer. Há 22 anos no ramo, sua loja oferece produtos apenas para locação, como também pode realizar a organização do evento como um todo. Mas a pandemia gerou desistências de contratos e uma queda no faturamento do local. "Em abril, tivemos todos os eventos transferidos ou cancelados", comenta.

Alternativas

Diante da necessidade de alternativas, ela pesquisou e decidiu focar em outros nichos. "Montamos os kits festa pronta, em que a pessoa retira na loja o material e monta, do seu jeito, a sua festinha em casa. Ou, podemos levar o material na casa do cliente, para que ele monte como quiser, e depois buscamos. É um tipo de festa mais econômica", disse, salientando que tem tido boa procura do estilo de evento.

Para Carla, as atividades, com o tempo, vão acabar se recuperando e ela quer estar preparada. "Estou me organizando para quando as coisas voltarem ao normal. Quando acontece um problema sério, a gente tem que acreditar e criar oportunidades", avalia, mostrando esperança em dias melhores. No final de abril, a loja de Carla reabriu, mas os atendimentos no formato digital são prioridade no momento.

Reabertura

Já a proprietária da G Festas, Genecy Borges Franzon, consultou o seu contador e entendeu que ainda não seria o momento de reabrir, por isso, ela tem focado apenas nos atendimentos on-line. A empresa dela também viu todas as festas serem transferidas ou canceladas, mas o fato de ela ter administrado sua renda nos últimos anos, a permitiu formar uma "gordurinha" para enfrentar esta época difícil.

Últimos a voltar

Para quem loca o seu espaço para a realização de eventos, a situação pode ser ainda mais difícil. Proprietária do salão Alpen Festas, Anelise Oliveira entende que o ramo é um dos mais prejudicados nesse momento. "Porque tu vai ter que disponibilizar datas, no final do ano, janeiro, fevereiro, para as festas de agora que foram transferidas, e essas datas tu não vai poder oferecer para outras festas", lamenta, observando que, ao menos, os custos da estrutura também diminuem com a não utilização, gerando uma perda de lucro menor. Para se prevenir de prejuízos maiores, Anelise optou por não fechar mais contratos para este ano, por acreditar que o seu negócio não voltará em breve. "Quando começaram (as restrições), achávamos que logo ia retomar, agora sabemos que será uma das últimas coisas a voltar."

98%

das empresas do setor de eventos sofreram impacto pela pandemia

Pesquisa aponta impactos da Covid-19 no setor

Levantamento foi feito pelo Sebrae, junto com a Associação de Empresas e Eventos (Abeoc) e União dos Promotores de Feiras (Ubrafe).

Empresária foca em não gastar mais do que ganha

"Sempre fui da opinião de que não posso gastar mais do que ganho", justifica Genecy, proprietária da G Festas, contando que começou no ramo há 15 anos e, desde então, o que obtém de lucro tenta investir em novos materiais e não fazer muitas dívidas.

Agora, ela tenta garantir a manutenção dos dois funcionários para voltar a trabalhar, assim que considerar possível. "Mas acredito que antes de outubro não será resolvido", analisa, sobre os efeitos que o coronavírus ainda causará no setor.

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