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Notícias | Especial Coronavírus Saúde

Conheça os riscos que cada doença pode provocar em pacientes com coronavírus

Do total das 150 primeiras vítimas fatais da Covid-19, apenas 8, ou seja, 5,4%, não tinham nenhum problema de saúde

Por Adair Santos
Publicado em: 23.05.2020 às 13:51 Última atualização: 23.05.2020 às 16:27

De acordo com levantamento exclusivo realizado pelo ABC e publicado na edição deste sábado (23), 89% de um total de 133 daqueles que padeceram ao coronavírus no Estado do dia 25 de março até dia 18 de maio, já tinham pelo menos um tipo de doença e, entre o total de 150 pessoas deste período, apenas 8 (5,4% do total) não possuíam comorbidades e eram consideradas saudáveis. Conheça os riscos que cada doença pode provocar em pacientes com novo coronavírus.

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Doença cardiovascular

Pacientes com doença coronariana, ou seja, que tiveram um infarto do miocárdio ou apresentam angina, estão em risco para formas mais graves da infecção pelo novo coronavírus. Dessa forma, é fundamental que aumentem os cuidados preventivos. Mesmo com o receio de procurar atendimento pelo risco de contaminação, pacientes com essas doenças - e seus familiares - devem estar atentos.

Caso sintam dor mais intensa ou apresentem cansaço, náusea ou sudorese, é necessária a ida à emergência. Isso, na verdade, é válido para todas as pessoas. Nesta época do ano, também é comum a descompensação de quadros de insuficiência cardíaca. Por isso, revisões clínicas podem ser agendadas ou o contato com o médico realizado por novas tecnologias.

Principais problemas desencadeados pela doença cardiovascular: insuficiência cardíaca (coração fraco), cansaço, perda de funcionalidade, dor no peito.

Diabete

Pacientes com diabete, em especial aqueles que têm a doença há mais tempo e ela não está controlada, têm risco aumentado para formas graves da Covid-19. O comprometimento cardiovascular, imunológico, inflamatório e que favorece a formação de coágulos tornam esses pacientes mais vulneráveis.

Na pandemia, pessoas com diabete precisam ficar mais atentas ao controle da glicemia, procurando contatar seu médico ou até mesmo o enfermeiro da unidade de saúde do SUS. Há riscos de piora na diabete devido ao aumento do sedentarismo, chegada do frio, abuso de bebidas alcoólicas e alimentação excessiva relacionada à ansiedade. É importante manter o acompanhamento médico. Caso o paciente fique sem condições financeiras de comprar medicamentos para a diabete, o médico deve auxiliar na substituição.

Principais problemas desencadeados pela diabete: aumento do risco para infarto e derrame, comprometimento da visão e da função renal, neuropatias (como dores nas pernas, por exemplo), impotência e risco aumentado para infecções e demências.

Hipertensão

A hipertensão e a diabete são as duas doenças mais comuns em pacientes com formas graves da Covid-19. Hipertensos, assim como diabéticos, apresentam mais complicações cardíacas e, muitas vezes, um mal estado geral de saúde. A Covid-19 é uma infecção que, na forma grave, testa e exige diversos sistemas, como o cardiovascular e o renal.

Não há definição sobre a necessidade de alteração do tratamento com duas classes de medicamentos, os inibidores ECA (exemplos: captopril e enalapril) e BRA (exemplos: losartana e valsartana). Portanto, a recomendação é manter o tratamento. No frio, deve-se medir a pressão com maior frequência.

Deve-se evitar o uso de antiinflamatórios não-esteroidais (diclofenaco, nimesulida, por exemplo) em pacientes hipertensos nessa época, ou fazê-lo com rigorosa supervisão. Essas medicações podem piorar o controle da pressão arterial.

Principais problemas desencadeados pela hipertensão: risco aumentado para infarto e derrame, crescimento do músculo do coração e consequente fraqueza do órgão, comprometimento da visão e da função renal.

Câncer

Pacientes em tratamento oncológico estão mais susceptíveis às formas graves da infecção pela debilidade do seu sistema imunológico. Isso, no entanto, não é desculpa para que quimio e radioterapia não sejam feitas. A prioridade é fazer esses tratamentos, com o uso de máscaras e limpeza das mãos.

Um detalhe que deve-se observar é a prevenção e detecção precoce de alguns tumores, devendo ficar atentos aos exames preventivos. Converse com seu médico e veja quando e como fazer os exames de mamografia, pesquisa de sangue oculto nas fezes, avaliação de lesões na pele. Converse também sobre o câncer de próstata. Qualquer sintoma deve ser investigado.

Principais problemas desencadeados pelo câncer: comprometimento do sistema de defesa (imune), perda de função de órgãos, emagrecimento, dores, risco aumentado para trombose.

Alzheimer

Os idosos com demências (em especial a doença de Alzheimer) e seus familiares têm passado por dificuldades.

Há casos de aumento na agitação e agressividade e também de depressão. Sugiro que atividades de estímulo sejam adaptadas para a nova rotina e que o uso de máscaras e os cuidados sejam introduzidos e reforçados de forma simples e até lúdica. Uma dificuldade nos pacientes com demência é o reconhecimento das infecções respiratórias, pois muitas vezes eles não apresentam febre e a tosse é fraca.

Principais problemas desencadeados pela Doença de Alzheimer: perda de funções mentais, incapacidade para realizar tarefas que antes conseguiam, alterações de comportamento como apatia, agitação, agressividade, delírios.

Fonte: geriatra Leandro Minozzo (confira mais dicas em leandrominozzo.com.br/alzheimer-e-quarentena-dicas-do-geriatra)

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