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Notícias | Especial Coronavírus Região

Nova fase da pesquisa sobre o coronavírus começa nesta segunda em Esteio

Ao todo, nas quatro etapas, serão cerca de 2 mil testados e entrevistados, o que representa 2,4% da população esteiense

Publicado em: 31.05.2020 às 08:46 Última atualização: 31.05.2020 às 08:48

os profissionais da saúde realizam a testagem rápida em todos os moradores da casa, coletando uma pequena amostra de sangue Foto: Adriano Rosa da Rocha/Divulgação PME
O projeto GPS COVID em Esteio promove, nesta segunda (1º) e na terça-feira (2), a segunda etapa de coletas da pesquisa, que tem por objetivo traçar, com base em dados do Município, um perfil epidemiológico, genômico e clínico do vírus SARS-COV2, causador do novo coronavírus. Na sexta-feira (29), as equipes da pesquisa participaram de uma capacitação sobre essa nova fase do estudo, o qual, mais uma vez, vai percorrer todos os bairros residenciais da cidade. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura Municipal com quatro instituições gaúchas de ensino superior (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Unisinos e Feevale), envolvendo 49 pesquisadores.

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Divididos em duplas, devidamente identificados e utilizando equipamentos de proteção individual, os integrantes do projeto visitam esteienses, sorteados em 31 setores distribuídos em todo o Município, de acordo com o tamanho de cada bairro. Através de um aplicativo desenvolvido especialmente para ação, os pesquisadores aplicam um questionário com o objetivo de identificar se os residentes apresentaram ou apresentam sintomas de coronavírus, como febre, tosse e dificuldade para respirar, bem como informações sobre saúde, renda, cor da pele e idade, entre outros dados.

Depois  disso, os profissionais da saúde realizam a testagem rápida em todos os moradores da casa, coletando uma pequena amostra de sangue. Os resultados, obtidos em 15 minutos de espera, são tabulados e analisados com auxílio de algoritmos e modelos matemáticos complexos, e apresentados para a Administração Municipal, permitindo ajustes nas ações de combate ao coronavírus. Pacientes que testem positivo para a doença recebem acompanhamento especial.

A primeira das quatro etapas da pesquisa ocorreu entre 18 e 20 de maio. Foram aplicados testes rápidos em 543 moradores. Eles resultaram na confirmação de dois casos da doença, o que apontaria para uma prevalência de 0,37%, ou seja, 37 casos positivos a cada 10 mil pessoas. Com base nesse levantamento, estima-se que o Município poderia ter, naquele período, 306 habitantes com COVID-19, enquanto os registros oficiais para a data apontavam 25 moradores com teste positivo para coronavírus, ou seja, a cada caso confirmado, haveria 11 subnotificações. O índice de confiança da pesquisa é de 95%.

Até esta sexta-feira (29) Esteio tinha 42 casos confirmados de COVID-19, 25 pacientes curados e um óbito, registrado na última segunda-feira (25). Outros 89 casos constavam como suspeitos e 1.492 foram descartados.

Duas mil testagens

Ao todo, nas quatro etapas, serão cerca de 2 mil testados e entrevistados, o que representa 2,4% da população esteiense. Cerca R$ 400 mil estão sendo investidos no estudo, valores utilizados para a aquisição de 2 mil testes rápidos e moleculares, kits de proteção individual e remuneração da equipe responsável pela coleta.

O levantamento inova ao realizar um amplo estudo epidemiológico, detalhado em 12 objetivos específicos, capaz de estimar a prevalência da infecção, acompanhar a evolução da doença, avaliar padrões moleculares virais por meio de sequenciamento genético e indicar evidências e estratégias para o fim do distanciamento social, entre outros possíveis usos.

A pesquisa também prevê o sequenciamento genético (análise da composição do vírus) das amostras positivas. Isso auxiliará a identificar padrões da doença, informações que serão comparadas com as disponíveis em bancos de dados públicos, no Brasil e no exterior, de pacientes com coronavírus e de casos registrados em outros surtos de síndromes respiratórias recentes (como a H1N1). A intenção é descrever a evolução do vírus, identificando suas eventuais mutações, as mudanças em sua capacidade de transmissão e a variação das manifestações clínicas apresentadas.

A Prefeitura dará acesso aos pesquisadores aos relatórios de exames moleculares coletados pelo Município, com uma estimativa de 3 mil pessoas testadas, bem como ao prontuário eletrônico de pacientes que apresentarem resultado positivo para COVID-19 (desde que a pessoa autorize o uso das informações). A intenção é disponibilizar os resultados do estudo para a comunidade em geral em um painel visual online (dashboard). Outro recurso eletrônico que permanecerá como legado para a Administração Municipal é o aplicativo criado para aplicação do questionário, que reunirá as informações para a Prefeitura em um banco de dados, podendo ser utilizado em outros levantamentos.


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