Horas depois de informar ao DC sobre o risco de colapso no estoque de sedativos para intubações de pacientes Covid, a Prefeitura anuncia nesta quinta-feira (2) o bloqueio de todos os leitos de UTI na cidade. Conforme o município, a ocupação atual é de 95% (dos 28 leitos, 27 estão com doentes). A medida obrigará a transferência de pacientes graves que derem entrada a partir de agora para outras localidades.
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“O sistema de saúde de Canoas está entrando em seu limite, mesmo com todas as medidas para ampliação de leitos e abertura de hospitais de campanha”, afirma o prefeito Luiz Carlos Busato. “Canoas atende 5 mil pessoas por dia – além dos canoenses, gaúchos de mais de 150 municípios. Com todos, tenho a responsabilidade de ser realista e transparente. A previsão de uma situação ainda mais aguda, infelizmente, está se confirmando.”
O anúncio de Canoas é uma forma de enfrentar o bloqueio de outras UTI´s da Região 8, o que pressionaria ainda mais a rede de saúde de Canoas. Além disso, a promessa de chegada de um carregamento federal de sedativos está em meio a impasses e indefinições no Governo do Estado, o que deve inviabilizar a chega urgente até esta sexta-feira. É o que informa a Prefeitura.
São medicamentos de uso controlado e exclusivo em nível hospitalar, adquiridos somente via distribuidoras. A grande questão é que estão em falta no mercado. São eles: Midazolam (10ml); Fentanil (10ml); Cetamina (10ml); Atracúrio (2,5ml); Pancurônio (2ml) e Propofol (20ml, 12 mil unidades). Cada tipo de paciente e comorbidade (alérgico ou com outra doença crônica) utiliza um sedativo específico. O organismo não pode competir com o oxigênio dos respiradores, o paciente entra em coma induzido, o tratamento da Covid é restabelecer a condição saudável do pulmão. Não são medicamentos caros, mas há a questão do volume do pedido, estão em falta nos fornecedores, esses sedativos têm componentes importados.
Porto Alegre, de acordo com informação da Saúde de Canoas, possui estoque de sedativos para 12 dias e deve ser pressionada pela decisão de ao menos três municípios de fechar UTI´s. Antes de se decidir por bloquear novos leitos Covid, Canoas buscou rastrear outros hospitais que tivessem os medicamentos para ceder, mas não havia.