Após a determinação de interdição do presídio central de Porto Alegre, devido à disseminação do novo coronavírus entre os presos, as delegacias passam a trabalhar sob sinal de alerta. Sem as vagas da maior penitenciária do Estado, a tendência é que a Polícia tenha a rotina agravada por conta da demanda de presos. Com os recordes diários de casos e de mortos pela Covid-19, a Ugeirm Sindicato acredita que a aglomeração de presos em um espaço reduzido, como as DPs, pode ser um 'convite à tragédia', até mesmo para os agentes.
O presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, explica o que já vem acontecendo nas delegacias merece atenção. “O que acontece hoje é que é feito o flagrante e o preso fica aguardando a vaga dentro de uma delegacia ou viatura de polícia, ou algemado em um corredor, na rua, no pátio. Assim pergunto: onde é pior, num presídio ou nessas condições bárbaras que essa situação oferece?”, questiona Ortiz.
A primeira medida a ser tomada, segundo o sindicato, será notificar o Judiciário, para que a Decisão do Tribunal de Justiça do Estado,. que determina que nenhum preso permaneça nas delegacias por um tempo superior ao necessário para os procedimentos da Polícia Civil, seja cumprida. O sindicato também procurará a Assembleia Legislativa, a OAB/RS e o MP, para que pressionem o governo e o Judiciário a fim de que esses presos não permaneçam nas delegacias. Segundo a nota emitida pelo sindicato nesta quinta-feira (23), também será estabelecido um diálogo com o governo estadual para que sejam buscadas soluções para o problema.