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Notícias | Especial Coronavírus 11 mortes

Residencial de idosos em Gramado passará por inspeção ainda nesta semana

Solicitação foi feita pelo Ministério Público devido ao surto de Covid registrado no lar

Por Letícia de Lima
Publicado em: 24.09.2020 às 16:22 Última atualização: 24.09.2020 às 19:32

Santa Ana Residencial Geriátrico atende há 8 anos em Gramado Foto: Reprodução Facebook
Após o Santa Ana residencial geriátrico, em Gramado, registrar 11 mortes ocasionadas por surto de Covid-19, a promotora Natália Cagliari solicitou uma inspeção na Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Na reunião do Ministério Público (MP) com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e Vigilância do município, ficou definido que a vistoria deverá ocorrer com técnicos da 5ª Coordenadoria Regional em Saúde, para que informe ao MP as condições atuais da casa.

Sem data divulgada, a informação da assessoria de imprensa do MP aponta que a inspeção deve ocorrer ainda nesta semana. “Somente com um laudo técnico específico é que teremos segurança para tomarmos as medidas adequadas, até porque o lar sempre foi acompanhado pelo MP e esteve regular em suas atividades”, afirmou a promotora.


Pedidos de informação

O secretário de Saúde de Gramado, João Teixeira, preferiu não se manifestar sobre o assunto. Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, garantiu que o município está atendendo aos questionamentos do MP, e que repassou as respostas ao órgão na terça-feira (22). De acordo com a promotoria, pedidos de informações foram repassados para a SMS e à direção do residencial geriátrico e confirmou que já recebeu alguns retornos.


Das 40 pessoas infectadas pelo vírus após o surto, um idoso permanece hospitalizado e entubado na UTI, e um funcionário está na enfermaria Covid, com possibilidade de alta nesta sexta-feira (25).

Direção considera acompanhamento importante

O proprietário do Santa Ana, o médico Ubiratã Oliveira, disse que considera importante o acompanhamento do MP e da Vigilância em Saúde, como vêm fazendo todos os anos, segundo ele. “O trabalho de todas as instituições sempre nos ajudaram a ser cada vez mais eficientes nestes oito anos de existência do residencial”, conclui.

"Houve negligência"

Para uma das famílias que perdeu uma idosa residente do Santa Ana, a morte dos vovôs não foi uma fatalidade. “O dever de cuidado pra nós foi negligenciado”, disse a nora de uma das vítimas, que prefere não se identificar. Para ela, a instituição tinha o dever de proteção e aponta que muitas perguntas precisam ser respondidas: “Os EPI’s dos profissionais (Equipamento de Proteção Individual) eram adequados? Os idosos que precisaram fazer algum procedimento fora do lar, ficaram em quarentena quando retornaram? Considerando que tantos idosos foram infectados, havia distanciamento entre eles?”, questiona a familiar.

Ela afirma que irá aguardar a investigação do MP e espera que o órgão denuncie a instituição por infringir os protocolos que impediam a propagação da doença. “São 12 mortos, eu e meu marido (filho da vítima) não achamos que foi uma fatalidade”, considera. “Se os donos da casa geriátrica se dizem ‘consternados’, imaginem como estão todos nós, familiares dos idosos, que confiamos e hospedamos nossos idosos para terem cuidados”, conclui a nora.

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