Rio Grande do Sul tem recorde de mortes por Covid-19 em um único dia
Secretaria Estadual da Saúde registrou 96 óbitos entre a tarde de terça e a tarde desta quarta-feira
O Rio Grande do Sul registrou nesta quarta-feira (16) o maior número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia, em março. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram reportados 96 óbitos entre a tarde de terça-feira (15) e a tarde de quarta (16). Isso não significa que todos os óbitos foram neste período, mas o registro sim.
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O Estado já soma 7.862 óbitos por Covid-19. Até então, o recorde diário havia sido em 3 de agosto,quando foram confirmadas 72 mortes. Entre o fim de novembro e o início e dezembro os óbitos diários caíram para entre 25 e 30, explodindo nos últimos dez dias. A maioria dos mortos por Covid-19 no Estado tem acima de 60 anos.
Nos últimos dias a ocupação de leitos também cresceu muito no Estado. De acordo com o governo estadual, no início da noite desta quarta-feira a ocupação de leitos de UTI estava em 83,6%. São 2.589 leitos de UTI adulto e, destes, 2.164 estão ocupados – 48,6% dos pacientes com diagnóstico de outras doenças e 42,4% dos pacientes com coronavírus. Os outros 9,1% têm suspeita da doença.
A região 7 do distanciamento controlado, que tem Novo Hamburgo como referência, está com as UTIs superlotadas. São 113 leitos no total, mas o sistema do governo do Estado registrava 119 pacientes atendidos às 19h30 desta quarta – destes, 65% com quadro confirmado ou suspeito de Covid-19.
Na região 8, de Canoas, são 172 leitos de UTI e 86,6% deles estavam ocupados no fim da tarde. Já na região 6, de Taquara, a situação é mais confortável: dos 42 leitos de UTI adulta, 57% estavam ocupados. Na região 4, de Capão da Canoa, a taxa de ocupação dos 52 leitos de UTI era de 90% no fim da tarde.
O governo do Estado vem alertando para a gravidade do momento, tanto que confirmou, na segunda-feira, bandeira preta (que representa risco altíssimo de transmissão de Covid-19) nas regiões de Pelotas e Bagé. No entanto, por conta do sistema de cogestão, as duas regiões estão seguindo regras da bandeira vermelha, mais brandas. A maioria das regiões está em bandeira vermelha, mas com regras da bandeira laranja, mais flexíveis. Especialistas alertam para um possível colapso no sistema de saúde gaúcho no início de 2021.