Pela primeira vez em toda a pandemia, Novo Hamburgo tem cinco crianças internadas por Covid, quatro delas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dois pacientes, já com diagnóstico, estão na UTI do Hospital Regina e um deles, ainda aguardando confirmação, em internação clínica na mesma casa de saúde. Outras duas crianças estão na UTI do Hospital Unimed e são tratadas como casos suspeitos.
As informações são da plataforma Covid da Secretaria Estadual da Saúde (SES), atualizadas na tarde desta segunda-feira (15). Os hospitais não passam informações sobre o estado de saúde dos pacientes.
Os sinais da depressão infantil
Crescem as internações de crianças com Covid no Estado; médicos fazem alerta
Prefeitura esclarece morte de menino de sete anos em Rolante
Na região, ainda há outras duas crianças internadas em leitos de enfermaria, sendo uma no Hospital Sapiranga, em Sapiranga, e uma no Hospital Getúlio Vargas, em Estância Velha.
Já no Estado, a taxa de internações de crianças em UTIs subiu 52,6% em 15 dias. No dia 1º de março eram 19 com Covid (7) ou suspeita (12). Hoje, já eram 29 pacientes, sendo 13 com diagnósticos confirmados para a doença e outros 16 ainda aguardando laudo.
A região liderada por Porto Alegre no Distanciamento Controlado é com mais pacientes crianças em UTI no Rio Grande do Sul. Na tarde desta segunda, eram nove crianças em UTI com Covid ou suspeita e outras 20 em internação clínica.
Além da doença em si, os pequenos correm o risco de desenvolver a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
Conforme a SES, o quadro clínico é relatado como um evento agudo, caracterizado por uma reação hiperinflamatória, que leva ao choque e à insuficiência de múltiplos órgãos, possivelmente associado à infecção pelo novo coronavírus.
O primeiro caso confirmado no Estado foi diagnosticado em 9 de agosto de 2020, em um paciente de Novo Hamburgo. A criança se recuperou e teve alta hospitalar.
Segundo a SES, a única morte confirmada no Estado foi de um menino de 7 anos, de Alto Feliz.
Na análise do infectologista pediátrico da Sociedade de Pediatria do RS Marcelo Comerlato Scotta, o crescimento reflete o quadro geral da doença neste momento. "Mesmo a gravidade em crianças sendo rara, se a pandemia continuar sem controle, o número acaba aumentando. É proporcional. Com um universo maior de pessoas infectadas, proporcionalmente aumenta entre as crianças também", pontua.
Em relação à variante P1, a cepa de Manaus,a pediatra Ana Escobar afirmou no final da última semana, em entrevista à CNN Brasil, que é preciso tomar cuidado. "Ela é muito mais transmissível, duas vezes mais contagiosa e tem, sim, a capacidade de infectar mais jovens", diz. Mas outro aspecto destacado é a chegada de dias mais amenos. "Nesta época do ano, o número de internações pediátricas em geral aumenta muito, porque as doenças respiratórias começam", afirma, sobre a necessidade de avaliar especificamente quais são os dados da Covid-19.
Quer receber notícias como esta e muitas outras diretamente em seu e-mail? Clique aqui e inscreva-se gratuitamente na nossa newsletter.