Publicidade
Notícias | Especial Coronavírus Notícia internacional

São Leopoldo é citada em matéria no The New York Times sobre colapso da saúde no Brasil

O veículo de comunicação norte-americano, um dos maiores e mais respeitados no mundo, trata do avanço da pandemia no Brasil em meio a uma crise de saúde, de política e credibilidade

Publicado em: 28.03.2021 às 17:18 Última atualização: 28.03.2021 às 17:55

Matéria do The New York Times relata situação dramática na saúde brasileira devido à pandemia de Covid-19 e cita São Leopoldo
A Collapse Foretold: How Brazil’s Covid-19 Outbreak Overwhelmed Hospitals (Um Colapso Previsto: Como o Surto de Covid-19 no Brasil Sobrecarregou Hospitais) é o título da matéria, assinada pelos jornalistas Ernesto Londoño e Letícia Casado, com fotos de Mauricio Lima, que estampou no sábado a situação dramática do nosso País frente à pandemia da Covid-19, com mais de 300 mil mortes, em decorrência da variante mais contagiosa do vírus e também da politização da pandemia e da desconfiança na ciência.

A publicação é de um dos principais veículos de comunicação do mundo, o famoso jornal The New York Times. E entre os casos apontados para ilustrar o caos da nossa situação, além de Porto Alegre, estão dois de São Leopoldo. Um deles é proprietário de uma farmácia, que relata o caso da morte de sua tia, de 63 anos, por Covid-19, três dias após dar entrada no hospital com problemas respiratórios.


“Minha tia não teve como lutar por sua vida”, disse ele, referindo-se ao fato dela ter morrido sem conseguir um leito adequado. Ela, que, segundo ele, tomava vários cuidados durante a pandemia, teria contraído o vírus do contato com um filho que faz medições de temperatura em uma clínica médica.

Controvérsias

O outro citado é do ramo funerário, que, segundo a publicação, é contra o lockdown e fechamento do comércio, e também seria contra a vacina. Em uma das fotos da matéria, ele recebe o caixão de uma pessoa que teria morrido vítima do vírus.

A matéria cita ainda o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, o presidente Jair Bolsonaro e situações na capital gaúcha e na Serra tratando das controvérsias em relação ao tratamento da Covid-19.

 

O material

O artigo dá destaque para o caso do Rio Grande do Sul, Estado que registrou aumento exponencial de casos e mortes de Covid a partir de fevereiro e viu hospitais públicos e privados entrarem em colapso.

Para ilustrar como ações políticas dificultaram o combate à pandemia no País, os repórteres do NYT destacam, logo no início do texto, uma polêmica frase do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). Mesmo com a rede de saúde da capital gaúcha à beira do colapso, o político pediu aos munícipes, no final de fevereiro, que contribuíssem “com a sua vida para que a gente salve a economia”.

O jornal americano destaca também as posições anticientíficas do presidente Bolsonaro e a ausência de um “lockdown” rígido e coordenado. “O presidente Bolsonaro, que continua promovendo drogas ineficazes e potencialmente perigosas para tratar a doença, também disse que o lockdown é insustentável - em um País onde tantas pessoas vivem na pobreza. Embora vários Estados brasileiros tenham ordenado o fechamento de atividades econômicas nas últimas semanas, não houve nenhum lockdown estrito”.

 

Efeito Bolsonaro

O NYT diz que, segundo epidemiologistas, o País poderia ter evitado novas restrições se o governo tivesse promovido o uso de máscaras e o distanciamento social e negociado de forma mais agressiva no ano passado o acesso a vacinas.

“Em vez disso, Bolsonaro, um aliado próximo do ex-presidente Donald Trump, chamou a Covid-19 de ‘gripezinha’, incentivou grandes aglomerações e criou uma falsa sensação de segurança entre seus apoiadores ao endossar remédios antimaláricos e antiparasitários, contradizendo as principais autoridades sanitárias, que alertavam que eles eram ineficazes”, diz o jornal, referindo-se à defesa do presidente Bolsonaro de drogas como a hidroxicloroquina e a ivermectina.

 

De modelo ao fracasso

O periódico dos Estados Unidos afirma ainda que as falhas do Brasil na resposta à pandemia destoam do histórico do País no enfrentamento a crises sanitárias. “O colapso é um fracasso total para um país que, nas últimas décadas, foi um modelo para outras nações em desenvolvimento, com uma reputação de desenvolver soluções ágeis e criativas para crises de saúde, incluindo a onda de infecções pelo HIV e o surto de Zika”, ressalta outro trecho da matéria.


Mais praticidade no seu dia a dia: clique aqui para receber gratuitamente notícias diretamente em seu e-mail!

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas

Olá leitor, tudo bem?

Use os ícones abaixo para compartilhar o conteúdo.
Todo o nosso material editorial (textos, fotos, vídeos e artes) está protegido pela legislação brasileira sobre direitos autorais. Não é legal reproduzir o conteúdo em qualquer meio de comunicação, impresso ou eletrônico.