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Notícias | Especial Coronavírus Alívio

Canoense de 29 anos recebe primeira dose da vacina contra a Covid nos Estados Unidos

Luísa Zottis diz que momento é de otimismo, mas que país não exclui possível nova onda de crescimento de casos

Por Adriana Zottis
Publicado em: 20.04.2021 às 08:11 Última atualização: 20.04.2021 às 08:45

"Foi super rápida e indolor", diz Luísa sobre a vacina Foto: Benoit Colin/Divulgação
Ex-moradora de Canoas, a jornalista Luísa Zottis, 29 anos, é uma das mais de 80 milhões de pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos, onde mora desde o final de 2015. Ela foi imunizada no Music City Center, em Nashville, que é um dos principais centros de eventos da cidade, capital do estado do Tennessee.

"A sensação é de grande alívio por estar estar sendo imunizada contra uma doença tão cruel e imprevisível", relata. Ela diz que o momento é de otimismo para que todos possam retomar às suas atividades, sem medo, mas ao mesmo tempo persiste a preocupação em continuar com a máscara, o distanciamento social e todos os cuidados sanitários.

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Em média, os Estados Unidos têm administrado 3 milhões de vacinas por dia, 20 milhões por semana, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Mesmo assim, destaca Luísa, o clima é de cautela no país, que luta contra uma possível nova onda de crescimento de casos.

Ela conta que na última sexta-feira, 16, Andy Slavitt, conselheiro sênior para o presidente Biden, disse durante uma coletiva de imprensa que os Estados Unidos já estão se preparando para uma possível "terceira" dose da vacina para aqueles que já vacinados com duas doses. O CEO da Pfizer, Albert Bourla, também afirmou que possivelmente uma terceira dose da vacina será necessária 12 meses após a segunda, e uma dose anual, dependendo das variantes que surgirão.

Entrevista Luísa Zottis / gerente sênior de mídias digitais na Brookings Institution

Carteirinha carimbada e espera pela segunda dose Foto: Benoit Colin/Arquivo pessoal
Como está evoluindo o processo de vacinação nos Estados Unidos?

Aqui no Estado do Tennessee a vacinação abriu para todos os maiores de 16 anos no início de abril. As aplicações são feitas com horário marcado e o agendamento é on-line. Tudo muito simples e rápido. De acordo com dados de 15 de abril de 2021, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), 24,3% da população americana (80.609,818 de pessoas) já está vacinada (duas doses completas das vacinas Moderna e Pfizer, ou com a vacina de dose única Johnson & Johnson). O CDC também informa que 38,5% da população já recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19.

As estatísticas de novos casos e óbitos estão reduzindo no país com o avanço da vacinação?

Em média, os Estados Unidos têm administrado 3 milhões de vacinas por dia, 20 milhões por semana, de acordo com o CDC. Ainda de acordo com o CDC, o total de casos no país, até hoje (16/4), foi de 31.306.928, com 562.296 de mortes por Covid-19. Mesmo assim, o clima é de cautela no país, que luta contra uma possível nova onda de crescimento de casos. O New York Times mantém um mapa interativo para monitorar a evolução de casos no país. De acordo com o jornal, que usa dados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano, a uma média de 700 mortes diárias representam o menor índice desde outubro de 2020, embora hospitalizações estejam crescendo pouco a pouco novamente.

Relate como foi o dia da vacinação.

Chegamos ao Music City Center por volta das 7h40 da manhã. Nosso horário estava marcado entre 8h e 9h. O estacionamento era gratuito para quem estava fazendo a vacina. Tudo muito bem sinalizado. Saindo da garagem, já havia um grande sinal do check-in e onde deveríamos entrar. Como o local é enorme, foi ótimo ver essa organização. É um local de eventos, então pense numa estrutura gigante como a da Fiergs.

Havia filas, como era a organização do local?

O local da área de espera era dividido para dois públicos: os de primeira dose e os de segunda dose. Tudo bem distanciado. Eu era a terceira pessoa na fila da vacina da primeira dose. Assim que o relógio marcou 8h, funcionários da Federal Emergency Management Agency que supervisionavam o local abriram a porta para entrarmos. Antes de ser vacinada, passei por uma área pré-vacina onde preenchi um formulário atestando não ter alergia e outras condições médicas. Também recebi o comprovante de vacinação para apresentar na área seguinte, aí sim, da vacina. Também recebi um folhetim com informações sobre possíveis sintomas pós-vacina. Bom lembrar que é tudo muito organizado, muito ordenado.

E o momento da vacina, como foi, qual a sensação?

Chegando lá, o profissional que administrou a minha vacina confirmou as informações que preenchi no formulário e me perguntou se eu tinha alguma dúvida. Depois, administrou minha vacina muito rápido, não senti nada, e já me informou sobre a data que devo comparecer para a segunda dose (dia 7 de maio). Para a segunda dose não preciso marcar horário. Depois fui encaminhada à última área do processo onde eles pedem para que fiquemos por 10 minutos, caso tenhamos algum sintoma ou reação. Por sorte, não senti nada.

O teu dia da vacina, esperado por muitas pessoas, foi como imaginavas?

Por mais que eu já esteja nos EUA há quase seis anos, sempre me surpreendo quando a questão é organização e ordem com que as coisas são feitas. Com a vacina, não foi diferente. Não havia nada fora do lugar, nem uma pessoa perdida ou confusa, do início ao fim, a orientação foi nota dez. As pessoas que estavam trabalhando lá também foram extremamente gentis.

Qual a sensação de já estar imunizada?

A sensação é de grande alívio por estar sendo imunizada contra uma doença tão cruel e imprevisível. Felizmente, o governo tem realizado um trabalho sério para administrar a vacina e isso se reflete no dia a dia: muitos dos meus amigos e conhecidos também já foram ou estão sendo vacinados. O momento é de grande otimismo para que possamos retomar as atividades normalmente, ir aos estabelecimentos sem medo, mas ao mesmo tempo muita preocupação em continuar com a máscara, o distanciamento social e os cuidados para que a doença desacelere e suma de uma vez por todas.

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