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Algo contraditório, já que, há menos de um mês os governos municipais pediam para que os vacinados fossem aos pontos de imunização para receberem a segunda dose, pois a procura estava baixa. Agora, são essas pessoas que pedem pela vacina.
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Em São Leopoldo, segundo o Secretário Municipal de Saúde, Marcel Frison, 8,5 mil pessoas entre idosos e profissionais de saúde já estariam aptos a receber a segunda dose. Isso significa que, já se passaram 28 dias desde a primeira dose. Esse é o intervalo máximo entre as duas aplicações estipulado pelo laboratório. Se essas 8,5 mil pessoas tivessem recebido a dose, 24.164 leopoldenses já estariam com a vacinação completa.
Já em Sapucaia do Sul, 2,7 mil pessoas estão à espera da CoronaVac para completar a vacinação e, em Esteio, são 5.954 cidadãos. Portão não informou e Capela de Santana foi a única cidade da região de abrangência do Jornal VS que não parou com as aplicações.
Tem doses... ou não
Na manhã de ontem. o Rio Grande do Sul recebeu do governo federal nova remessa da vacina, totalizando 360.950 doses. Dessas, porém, somente 7,2 mil são do Butantan/CoronaVac, quantitativo que só daria para completar com tranquilidade a vacinação em Esteio.
O Estado possui atualmente 260 mil pessoas à espera da segunda dose, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), número 37 vezes maior que o de doses enviadas ontem pelo Ministério da Saúde. A SES informou que somente nesta sexta-feira deverá ter uma definição sobre como fará a distribuição dessa pequena quantidade de imunizantes.
"A preocupação ainda é grande porque continuamos sem estoque e a culpa é do governo federal que nos orientou a aplicar o que tínhamos armazenado sem ter a certeza se conseguiria repor", afirmou.
Os motivos
A falta da CoronaVac foi causada por dois fatores: o primeiro, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), seria a falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), vindo da China e necessário para a fabricação da vacina no Brasil. Já o segundo, foi a orientação dada pelo próprio MS aos municípios, no dia 21 de março, para que usassem como primeira dose todo o estoque que estava sendo guardado para a segunda dose.
Em conversa com o Senado na última sexta-feira, dia 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confessou a falha. "O que tem nos causado certa preocupação é a segunda dose da CoronaVac. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, cerca de um mês atrás se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose."
Segundo o virologista e professor da Feevale, Fernando Spilki, o laboratório indica receber a segunda dose em 28 dias porque foi o período testado, mas não significa que a pessoa não estará imunizada caso complete a vacinação dias depois. “O intervalo considerado ótimo é esse, de 28 dias, mas não quer dizer que se tomar depois não vai ter o reforço. O preocupante é se o intervalo ultrapassar 45, 60 dias porque vai além do que já foi testado em laboratório e, aí sim, pode haver perda de imunidade”, explicou. Já a coordenadora de vacinação de São Leopoldo, Karen Quevedo, alerta que, passado os 28 dias, os anticorpos podem baixar no organismo.
De acordo com a coordenadora de Vacinação da Secretaria de Saúde de São Leopoldo, Karen Quevedo, o Município deve iniciar na próxima semana a aplicação da segunda dose da AstraZeneca, a qual o intervalo entre as doses é de 90 dias. Em relação à CoronaVac, São Leopoldo já deveria ter concluído a vacinação em 24.164 pessoas, mas 35% ainda não pode receber o segundo carimbo na carteirinha de vacinação pela falta do imunizante e, caso o governo do Estado não contemple a cidade nessa distribuição, o vacinômetro do imunizante continuará parado, enquanto que da AstraZeneca começará a rodar.
Segundo o MS, as 104 mil doses da CoronaVac enviadas para municípios brasileiros que registraram a falta em estoque foram encontradas no Centro de Distribuição, na cidade de Guarulhos, em São Paulo. As unidades estariam armazenadas para controle de qualidade e seriam distribuídas aos poucos, mas por conta da grande demanda, foram liberadas emergencialmente.
“Esse quantitativo de 7 mil doses da CoronaVac enviado ao Estado pelo Ministério da Saúde oriundo dos lotes perdidos e achados em seus depósitos é insignificante e dificilmente chegará a maior parte dos municípios gaúchos”, ressaltou o titular da pasta de Saúde de São Leopoldo, Marcel Frison.
São Leopoldo
Vacina para pessoas de 55 a 59 anos de idade com as seguintes comorbidades: diabetes, hipertensão arterial, cardiopatias, hepatopatias, pneumopatias, imunossupressão e AVC. Serão disponibilizadas a primeira dose da AstraZeneca/Fiocruz. A imunização segue para nascidos em 1961 e para pessoas com deficiência permanente entre 55 e 59 anos. Também continuam contempladas pessoas com síndrome de Down maiores de 18 anos. Drivethru no Largo Rui Porto e Centro de Eventos. Para quem for a pé, a Antiga sede da Unisinos.
Sapucaia do Sul
Primeira dose em idosos com mais de 60 anos. Agendamento pelo site https:// minhaagendavirtual. com.br/sapucaiadosul. Profissionais da saúde pelo Whatsapp 99266-6063.
Esteio
Pessoas com 56 anos ou mais com comorbidades até sexta-feira, em frente a Secretaria de Saúde. Agendamento: www. esteio.rs.gov.br/vacinas.
Portão
Idosos com mais de 60 anos, das 7 às 17 horas, no Centro de Atividades Lothar Kern.
Capela de Santana
Não informou.
