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Notícias | Especial Coronavírus COVID-19

Ciência explica: o que se sabe sobre a subvariante da Ômicron

Segundo o virologista Fernando Spilki, a linhagem BA.2 tem transmissibilidade alta e reforça que os cuidados já indicados devem ser mantidos, principalmente a vacinação

Por Ubiratan Junior
Publicado em: 04.02.2022 às 19:25 Última atualização: 04.02.2022 às 21:10

A variante Ômicron predomina as contaminações por Covid-19 no mundo, segundo a OMS. No entanto, além das cepas BA.1 e BA.1.1, cientistas detectaram uma nova linhagem, identificada como BA.2. “Essa linhagem tem algumas mutações diferentes em relação as outras Ômicrons. O que sabemos é que ela tem potencial de transmissão similar - na maioria dos cenários onde ela já foi avaliada - até 1,5 vezes mais alto do que a Ômicron BA.1”, explica o virologista e professor da Universidade Feevale Fernando Spilki.

Segundo Spilki, a rápida transmissão da nova cepa é observada principalmente em países onde há grandes flexibilizações em relação as medidas sanitárias preventivas
Segundo Spilki, a rápida transmissão da nova cepa é observada principalmente em países onde há grandes flexibilizações em relação as medidas sanitárias preventivas Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo Spilki, a rápida transmissão da nova cepa é observada principalmente em países onde há grandes flexibilizações em relação as medidas sanitárias preventivas. “É o caso da Dinamarca, onde praticamente se aboliu o uso da máscara. Isso facilita muito para que ela se dissemine”, conta. O virologista enfatiza que a variante BA.2 tem a transmissibilidade alta com efeitos clínicos nos pacientes é bem parecido com o Ômicron, podendo até induzir a quadro mais leves. Porém, ele não descarta a evolução para quadros mais graves da doença.

Para os cientistas ainda é cedo para afirmar se o surto da BA.2 vai aumentar os casos e se estender. “Ela está ocorrendo e se disseminando em locais onde ainda há surto do Ômicron se desenvolvendo, então nós não sabemos se ela irá se prolongar ou aumentar”, detalha Spilki.

As vacinas têm se mostrado eficazes na proteção contra a subvariante. “Do ponto de vista das vacinas, tem uma notícia que é interessante: parece que as proteções das vacinas atuais para ela é um pouco melhor do que aquilo que a gente está vendo para a Ômicrom”, destaca Spilki.

“Todos os cuidados que já devem ser tomados em relação a Ômicron, que a gente tem falado ao longo do tempo. Por exemplo, a intensificação do uso das máscaras, do uso de máscaras melhores e também em relação a intensificação da vacinação para completar o esquema vacinal, vale para ela (BA.2) também”, alerta o virologista.

Surgimento de novas cepas

Segundo Spilki, além das cepas BA.1, BA.1.1 e B.A2, estima-se que existem, pelo menos, outras duas variantes de Ômicron. O professor explica que as linhagens levam algumas semanas para serem detectas, mas quando confirmadas outras mutações já podem ser observadas.

“Com a Delta, por exemplo, a gente sabe que ela começou a circular em dezembro de 2020 e fomos detectar com mais força a partir de fevereiro [2021]. Quando chegou fevereiro, a gente tinha que nem agora, em torno de quatro linhagens, bem parecido com Ômicron”, lembra.

O virologista ainda explica que com o tempo as linhagens que surgem “vão abrindo ramificações. É mais ou menos o que estamos enxergando agora. Quando se detectou a Ômicron já vimos pelo menos duas grandes linhagens [BA.1 e BA.1.1] e agora já falamos em quatro ou cinco linhagens importantes”.

O surgimento de novas cepas não são descartadas pelos cientistas tendo em vista que o vírus vai se modificando na medida em que se tem muitos hospedeiros.

Tem a nova subvariante no Brasil?

Conforme Spilki, o País tem registro de dois casos confirmados da subvariante da Ômicron BA.2. Os registros são na região sudeste, ambos em São Paulo.

A última versão do relatório da Vigilância Genômica do Rio Grande Sul, publicada em 25 de janeiro, indica que o Estado possui 95% dos infectados com a variante Ômicron e 5% com Delta. No entanto, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma que casos da subvariante BA.2 ainda não foram detectados.

A pasta ainda salienta que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) segue monitorando os casos positivos que são recebidos pelo LACEN e CDCT para diagnóstico. O virologista, Fernando Spilk, disse que também acompanha a situação. “Nós estamos investigando sempre aqui, assim que chegar vamos divulgar”, finaliza.

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