As lições de vida do tatame passadas de pai para filhos
O gramadense Roger Vidal iniciou no esporte há cerca de 15 anos e se tornou inspiração para a Laura e o Arthur
Inspiração. Essa é a palavra que pode ajudar a definir o que muitos filhos sentem pelo pai. E foi assim vendo o faixa preta de jiu-jítsu Roger Vidal, de 42 anos, no tatame que a Laura e o Arthur, de 18 e 11, quiseram seguir pelo mesmo caminho. Hoje, são muitas e muitas medalhas conquistadas, centenas de competições disputadas e a certeza de que o amor pelo esporte une a família em momentos de puro orgulho e amor.
A luta entrou na vida do Roger há cerca de 15 anos. Com sobrepeso, os problemas de saúde apareceram e ele buscou no esporte uma forma de melhorar a qualidade de vida. Então, começou a treinar jiu-jítsu e a Laura a acompanhar o pai.
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Foi então que os adultos se uniram e tiveram a ideia de começar a ensinar de fato a luta para a garotada. Com isso, anos depois, surgiu a Associação Jiu-Jítsu Gramado. Com dez anos de existência, o projeto ganhou apoio da Prefeitura da cidade e, atualmente, são aproximadamente 200 crianças e adolescentes beneficiados com aulas gratuitas.
O programa é realizado na Vila Olímpica, no Perinão. Além desses locais, os membros da entidade possuem, ainda, um trabalho voluntário no Ernestão, no bairro Piratini. O Roger é um dos instrutores, assim como Laura - e o Arthur, um fiel aluno. "É um orgulho para mim ver eles no tatame", aponta o pai.
Laura é faixa roxa na modalidade e, desde os 15 anos, dá aulas para as crianças. "Eu me sinto realizado em ver que ela quis praticar por me ver treinar e hoje consegue passar os ensinamentos para outras crianças. O Arthur também tem interesse em ser instrutor", conta Roger.
Para o pai, a persistência é uma das maiores lições que aprendeu no tatame e que passa aos filhos. "Você consegue tudo o que quiser, se tiver persistência e determinação", reforça o faixa preta.
"Meu pai é tudo para mim"
A paixão pelo esporte faz com que a família esteja sempre junta. "Antes da pandemia, tínhamos campeonatos todos os finais de semana. Viajamos pelo Estado inteiro e isso fortaleceu bastante a nossa união", garante Laura. "Meu pai é tudo para mim. Agradeço muito pela educação que ele e a minha mãe me deram, os princípios que me passaram. E com o jiu-jítsu ele me ensinou que, com muita determinação e foco, eu posso alcançar os meus objetivos", pondera. "Tendo pai como professor, a cobrança é ainda maior", completa.
Celebração
O domingo de Dia dos Pais, comemorado no dia 13, será mais um momento de juntar a família para o tradicional churrasco. A data vai ter um gostinho de despedida, pois a Laura está indo para a Austrália.
Para ela, uma oportunidade de crescimento pessoal e também profissional. "Escolhi lá pela força do esporte. Vou para estudar, mas pretendo trabalhar e treinar também. O kimono vai ser a peça mais importante da mala", adianta.