As autoridades peruanas ordenaram, na sexta-feira, a evacuação de centenas de moradores que vivem perto do vulcão Ubinas, no sul do país, devido a uma chuva de cinzas e gases, após duas explosões eruptivas registradas na madrugada.
A evacuação foi ordenada depois de que o Instituto Geofísico do Peru (IGP) apontou que "o vulcão Ubinas continua em processo eruptivo", e recomendou a "elevação do nível de alerta vulcânico de amarelo para laranja". O alerta laranja precede o alerta vermelho, nível de máximo perigo.
O Ubinas está situado na região de Moquegua, 1.250 km ao sul de Lima e a 5.672 metros de altitude sobre o nível do mar. Mais de meia dúzia de comunidades vivem em seus arredores.
As emissões de cinzas e gases tóxicos estão relacionadas com o aumento da atividade sísmica do vulcão, indicou o informe do IGP.
Os ventos levaram as enormes nuvens formadas com as emanações em direção leste, sendo transportadas para o território boliviano e brasileiro. Os gases podem ser prejudiciais para a o transporte aéreo. Por nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou aos pilotos o deslocamento das cinzas vulcânicas para o Brasil, mais precisamente sobre os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. "Não houve necessidade de fechamento do espaço aéreo, mas seguimos monitorando o avanço por meio dos Centros Meteorológicos de Vigilância (CMV) e coletando informações repassadas pelos pilotos", segundo a assessoria de comunicação da aeronáutica. Ontem (20), um voo da Azul, que sairia às 4h50 de Cuiabá para Campo Grande, chegou a ser cancelado por causa das cinzas.
A coluna eruptiva atingiu uma altura de cerca de seis quilômetros acima da cratera do vulcão.
O vulcão Ubinas, o mais ativo do Peru, não registrava erupções desde 2017.