A Guerra Fria teve sua representação material mais forte no Muro de Berlim. De 1961 a 1989, ele esteve dividindo a Alemanha em duas e sua capital talhada ao meio. Na manhã de 13 de agosto de 1961 os berlinenses acordaram com o isolamento materializado. Eram 106 quilômetros de muro e mais 49 quilômetros de arame farpado formando uma barreira de 155 quilômetros no total.E muita arte ao longo de toda sua extensão.
O governo da antiga República Democrática da Alemanha acabou cedendo e em 9 de novembro de 1989 abriu os postos de fronteira com a República Federal da Alemanha. Em festa, alemães dos dois lados se encontraram. E começaram a derrubar o muro. Hoje há apenas um trecho de 1,3 quilômetro. Desde 1989, tornou-se um dos lugares mais visitados pelos turistas.
Expressões
No livro "Berliner Mauer, Die längste Leinwand der Welt" (1998), que traduzindo significa: "Muro de Berlim: A Maior Tela do Mundo", do fotógrafo alemão Raimo Gareis, há uma série de fotografias mostrando o grafite. São tidos como testemunhos de uma época, o olhar de artistas de todo mundo para representar o muro e a liberdade. O autor reforça que o muro desapareceu tão rapidamente quanto foi construído. Pinturas feitas pelos jovens de todo o mundo também desapareceram. "Muito antes do muro desaparecer fisicamente, os jovens artistas apagaram o muro da nossa mente, antecipando a realidade futura", diz ele no livro.
Memória
A professora de História e tutora da Universidade Feevale Claudia Gisele Masiero desenvolveu seu trabalho de conclusão sobre o tema. Neste estudo, há o capítulo "Os Grafites do Muro de Berlim em Imagens Fotográficas - Testemunhos de Uma História", em parceria com a professora Janice Roberta Schröder. "As imagens assumem hoje a função de testemunhas deste fato histórico e são sua memória materializada, ou seja, documentos pelos quais se desvenda", diz ela.