Um caso semelhante à discussão de trânsito que acabou em tragédia no último domingo (26) na capital gaúcha aconteceu em Novo Hamburgo no ano de 2015. A caminhonete Mitsubishi dirigida pela então estudante de Direito Ana Nalovaiko, na época com 34 anos, foi perseguida por um Corolla a partir da saída do shopping I Fashion, na BR-116, no bairro Rincão, em Novo Hamburgo.
A perseguição se estendeu até a frente do prédio da família no bairro Ouro Branco. O tiro disparado pelo pintor Dirceu Pereira Brun, o Cowboy, atingiu a condutora e o filho, Gustavo, de 12 anos. O outro filho, Fernando, 9, que estava no banco traseiro, não foi alvejado, mas também ficou como vítima no processo. O motivo da barbárie: uma discussão banal de trânsito.
Cowboy foi condenado a 37 anos de prisão por tripla tentativa de homicídio em junho de 2019. A Justiça entendeu que ele perseguiu por nove quilômetros e baleou mãe e filho após suposta briga de trânsito, na noite de 27 de setembro de 2015. Cowboy, que na época do crime já estava condenado por um homicídio e outra tentativa de homicídio, sempre se disse inocente.
Na época do crime as vítimas reconheceram Cowboy como autor do ataque. O delegado do caso, Enizaldo Plentz, também afirmou ter certeza que foi ele e concluiu como motivo do crime um desentendimento no trânsito. Ana declarou não saber qual manobra irritou o motorista do Corolla, mas admitiu ter mostrado o dedo indicador pelo espelho. Já o réu negou envolvimento e declarou que ficou sabendo dos fatos pela televisão. Explicou que seu carro havia sido roubado e achou que a apreensão tinha relação com este crime e depois ficou sabendo da acusação.
Ele foi condenado a pena maior que a máxima prevista na legislação brasileira, que é de 30 anos.