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Notícias | Mundo DISPUTA DE PODER

Especialistas explicam o conflito entre Rússia e Ucrânia

Segundo historiador, Putin quer mostrar para o mundo que o país 'continua no jogo das grandes potências'

Por Agência Brasil
Publicado em: 25.02.2022 às 11:55 Última atualização: 25.02.2022 às 12:36

O conflito entre Rússia e Ucrânia não é recente. A tensão entre os países era debatida há meses e a possibilidade de uma guerra já era levantada. A motivação retoma disputas de 2014, quando o território da Crimeia, península ucraniana, foi incorporado à Rússia.

Especialistas explicam o conflito entre Rússia e Ucrânia
Especialistas explicam o conflito entre Rússia e Ucrânia Foto: Comando Naval da Marinha das Forças Armadas/Reprodução

Veja o que dizem pesquisadores sobre as raízes e os possíveis desdobramentos da situação no Leste Europeu.

“É como se fosse um triângulo com três vértices: de um lado a Rússia, do outro lado, os Estados Unidos, e o terceiro vértice seria a Europa propriamente dita. E, no meio de toda esta confusão, está um país relativamente pequeno, que é a Ucrânia”, resume o professor aposentado de História Contemporânea Antônio Barbosa, da Universidade de Brasília (UnB).

Ele aponta que as movimentações de Vladimir Putin, presidente russo, têm a ver com o propósito de mostrar para o mundo que o país “continua no jogo das grandes potências”. Barbosa lembra que, com o fim da União Soviética, em 1991, nos anos que se seguiram, o poder mundial aparente estava concentrado nas mãos dos Estados Unidos.

“Putin está conseguindo mostrar que, apesar de a União Soviética não existir mais, de ter perdido o controle sobre os países do Leste Europeu, a Rússia continua sendo uma grande potência, inclusive mantendo intacto o seu arsenal nuclear”, analisa.

O professor Maurício Santoro, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concorda que “a causa última de todos esses conflitos envolvendo a Ucrânia é definir qual é a esfera de influência da Rússia, dos Estados Unidos e da União Europeia no Leste da Europa”.

Ele lembra que, após o colapso da União Soviética, houve expansão da influência ocidental nos estados que orbitavam o governo comunista ou mesmo nas repúblicas soviéticas. “Elas passaram a fazer parte da União Europeia, da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], ou dos dois ao mesmo tempo.”

Por que a Ucrânia?

A expansão da Otan é encarada pela Rússia como uma ameaça militar. “Uma ameaça para sua própria integridade territorial”, explica Santoro. Para os russos, conforme explica o professor, a Ucrânia é um território com o qual eles podem impedir o avanço das forças militares ocidentais.

Ele compara aos países bálticos - Letônia, Estônia e Lituânia - que foram incorporados ao tratado militar e à União Europeia. “Mas eles são países que historicamente têm uma relação forte com o resto da Europa, muito próxima ao Ocidente, em termos de comércio, em termos de cultura. Os russos não tinham como resistir.”

A situação é diferente na Ucrânia. “Basicamente a metade leste do país tem uma história muito ligada à Rússia e uma presença muito grande de pessoas que falam russo, com origem étnica russa, quer dizer os laços históricos ali realmente são todos voltados para a Rússia”, explica.

A metade oeste, no entanto, tem uma história mais ligada ao Ocidente. “É um território que, em vários momentos da história, fez parte do império Habsburgo ou fez parte da Polônia. É outra cultura, outra tradição histórica, então a Ucrânia é, ela mesma, muito dividida com relação a para onde ele vai.”

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