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Notícias | Mundo CRISE CLIMÁTICA

Onda de calor e incêndios florestais castigam a Europa

Portugal, Espanha, França e Itália lidam com focos alimentados pelo tempo seco, em meio a temperaturas superiores a 40°C

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 17.07.2022 às 21:42

Uma onda de calor acompanhada de incêndios florestais em série colocou em alerta grande parte da Europa no fim de semana. Portugal, Espanha, França e Itália lidam com focos alimentados pelo tempo seco, em meio a temperaturas frequentemente superiores a 40°C.

Com o calor, aumenta também o gasto de energia, em paralelo à tentativa da União Europeia de economizar gás natural em consequência das pressões da Rússia pelo apoio de Bruxelas à Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, pediu que os europeus economizem energia já no verão, mesmo com as altas temperaturas que às vezes exigem o uso de refrigeração elétrica.

Na próxima quarta-feira, Bruxelas deve votar um plano para impulsionar cortes no consumo de energia. Entre as medidas sugeridas, está a limitação dos aquecedores a, no máximo 19°C no inverno, e dos aparelhos de ar condicionado a 25°C no verão.

Na semana passada, a estatal russa Gazprom paralisou o envio de gás natural por meio do gasoduto Nordstream 1 e aumentou temor de retaliações aos países europeus pelo apoio à Ucrânia na guerra. Com um consumo maior de energia no verão por causa das altas temperaturas, esse prejuízo pode ficar maior.

Devastação

As chamas fugiram do controle principalmente Espanha e França. Os espanhóis enfrentam 30 focos de incêndio ativos. A maioria atinge as províncias de Extremadura, Galícia e Astúrias. Mais de 600 homens foram deslocados para combater o fogo. O calor, associado a outras doenças pré-existentes em idosos, já matou 360 pessoas no país nos últimos dias.

Madri enfrenta há cinco noites temperaturas superiores a 25°C. Nos últimos 100 anos, apenas 27 noites tiveram temperaturas acima dessa temperatura. Destas, 12 foram registradas nos últimos dez anos.

Na França, os incêndios tiraram ao menos 16 mil pessoas de suas casas na região de Bordeaux. O fogo também atinge a costa do Mediterrâneo - destino veraneio popular na Europa.

Em emergência, o Reino Unido se prepara para termômetros acima de 37°C nos próximos dias. Na Itália, a seca ameaça a safra de plantações agrícolas na bacia do Rio Pó. O governo destinou nesta semana 36 milhões de euros (R$ 196 milhões) para o setor. A falta de chuva ameaça também a geração de energia, já que duas hidrelétricas tiveram de parar de funcionar por baixa nos reservatórios.

Em Portugal, a temperatura máxima caiu de 47°C para 42°C, o que permitiu o controle de alguns focos no norte do país. Desde o começo do mês, 238 idosos morreram no país por causas ligadas ao calor.

A Europa tem registrado episódios climáticos cada vez mais extremos, em parte ligados ao aquecimento global. No ano passado, enchentes causadas por chuva muito acima da média inundaram a Alemanha e a Bélgica em julho. Em agosto, foi a vez da Grécia sofrer com incêndios florestais e ondas de calor. Ainda no ano passado, uma cidade na Sicília registrou a temperatura inédita de 51°C.

Resposta

Desacostumados ao calor extremo, os europeus tentam adaptar. Em Roma, onde as temperaturas superavam ontem os 30ºC, os turistas enchiam suas garrafas de água nas tradicionais fontes da cidade. "Está quente até dentro de casa. Estamos usando o ar-condicionado há dois meses. Temos de usá-lo com parcimônia, mas pelo menos para dormir é necessário", disse a maquiadora Serena Vendoni. (Com agências internacionais)

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