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Milhares fazem fila para dar adeus à rainha Elizabeth II na abertura do velório

Súditos podem contemplar o caixão, coberto pelo estandarte real e pela coroa imperial, passando em fila em ambos os lados, sem poder parar ou bater fotos

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 15.09.2022 às 07:39 Última atualização: 15.09.2022 às 07:39

O caixão com o corpo da rainha Elizabeth II chegou na quarta-feira (14) ao Palácio de Westminster, em Londres, onde será velado por cinco dias em uma cerimônia montada para que os súditos possam dar adeus à monarca que reinou por mais tempo na história do Reino Unido.

Corpo da rainha Elizabeth II chegou na quarta-feira (14) ao Palácio de Westminster, em Londres
Corpo da rainha Elizabeth II chegou na quarta-feira (14) ao Palácio de Westminster, em Londres Foto: Twitter/Reprodução

Uma procissão reunindo os principais integrantes da família real partiu do Palácio de Buckingham com o corpo da rainha em direção à sede do Parlamento, onde o cortejo foi recebido pelo arcebispo de Canterbury. A cerimônia começou pontualmente às 14h22 (10h22 em Brasília), após um momento de oração restrito aos membros da realeza.

A marcha solene até Westminster foi acompanhada pelo rei Charles III, que caminhou atrás do caixão por todo o trajeto, por seus irmãos - a princesa Anne, o príncipe Andrew, duque de York, e o príncipe Edward, conde de Wessex - e por seus filhos, o príncipe de Gales, William, e Harry.

O percurso, concluído em 40 minutos, foi acompanhado por milhares de britânicos que se reuniram nas ruas de Londres para se despedir da rainha. Multidões começaram a se aglomerar logo cedo ao longo de ruas ladeadas de bandeiras do lado de fora do Palácio de Buckingham e às margens do Rio Tâmisa.

Os sinos do Big Ben foram tocados em homenagem à rainha e salvas de tiros de canhão foram disparadas no Hyde Park. Ao chegar em Westminster, o caixão foi posicionado em uma plataforma, conhecida como catafalco, com a cor roxa da realeza. Uma rápida cerimônia foi realizada pelo arcebispo de Canteburry.

Velório

O velório foi aberto ao público às 17 horas (13 horas em Brasília). Os súditos puderam contemplar o caixão, coberto pelo estandarte real e pela coroa imperial, passando em fila em ambos os lados, sem poder parar ou bater fotos. Também está proibido depositar flores e bichos de pelúcia no salão de Westminster.

O velório será encerrado às 6h30 de segunda-feira (19), data do sepultamento em uma cerimônia no Castelo de Windsor. Mais de 100 chefes de governo e de Estado são esperados.

A imprensa britânica estima que 750 mil pessoas devam passar pelo Palácio de Westminster para a despedida da rainha. Segundo o jornal The Times, a fila para ver o caixão pode alcançar oito quilômetros e a espera, 20 horas.

Para evitar distúrbios, o governo proibiu "barracas, churrascos e fogueiras" nas proximidades. Quem vencer a maratona no lado de fora, precisará seguir regras estritas ao entrar em Westminster. Cada pessoa terá de passar por um "ponto de segurança tipo aeroporto" e usar uma pulseira enquanto permanecer no recinto.

Traje

Na área interna, só são permitidas pessoas vestidas "apropriadamente" para a ocasião e "respeitar a dignidade do acontecimento", afirmam as diretrizes. "Não use roupas com mensagens políticas e ofensivas", diz o protocolo do governo. Não é permitido filmar ou utilizar telefones celulares e outros dispositivos.

As multidões ao redor do Palácio de Westminster são a mais recente manifestação do luto nacional pela partida da única monarca que a maioria dos britânicos conheceu. As pessoas se espremeram atrás de barreiras de metal ou disputaram espaço para acomodar suas cadeiras dobráveis e guarda-chuvas horas antes de o caixão deixar o Palácio de Buckingham.

Joan Bucklehurst, vendedora de 50 anos de Cheshire, no noroeste da Inglaterra, disse que a rainha "significava muito para todos". "Ela foi incrível. Tínhamos de estar aqui." Geoff Colgan, taxista que tirou o dia de folga, ficou atordoado nos momentos após a passagem do caixão. "É uma daquelas coisas que você sabe que vai acontecer, mas quando acontece você não consegue acreditar", disse.

Desafio

As autoridades que supervisionam o gigantesco desafio logístico consultaram especialistas em gerenciamento de filas e cientistas comportamentais. A "infraestrutura de filas" terá 16 km, incluindo barreiras móveis e mais de 500 banheiros portáteis na rota entre Buckingham e Westminster. Centenas de policiais, voluntários, pastores e dois intérpretes de linguagem de sinais cuidam do bem-estar das pessoas na fila.

Horas antes de o caixão chegar ao palácio, a fila já se estendia do Parlamento, pela Lambeth Bridge, e serpenteava ao longo do Rio Tâmisa. A rota designada se estende por 11 quilômetros, passando pelo Teatro Nacional, Shakespeare’s Globe, galeria Tate Modern e Tower Bridge até Southwark Park, no sul de Londres.

Paciência

Chris Bond, que veio do sudoeste da Inglaterra, estava na fila ao longo do Tâmisa. Em 2002, ele também acompanhou a cerimônia de despedida da rainha-mãe. "Obviamente, é muito difícil enfrentar a fila o dia todo, mas quando você entra por aquelas portas no Palácio de Westminster, aquele maravilhoso edifício histórico, há uma grande sensação de silêncio", disse. "Sabemos que a rainha tinha uma boa idade e serviu o país por muito tempo, mas esperávamos que esse dia nunca chegasse", disse.

(Com agências internacionais)

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